Um mês após acidente, erosão agressiva nas falésias de Pipa coloca 23 imóveis em risco

Passados 30 dias do acidente que vitimou uma família após a queda de parte de uma falésia na praia da Pipa, em Tibau do Sul, a Prefeitura Municipal ainda não concluiu os relatórios de avaliação e estudos de impacto ambiental da falésia e os dez estabelecimentos que foram interditados de forma preliminar, seguem fechados. Além desses, duas escadas e uma residência também foram interditados. Entre os estudos feitos pela Prefeitura de Tibau do Sul, um deles está pronto: o de Geologia, que classificou 23 imóveis em cima da falésia como de risco “muito alto” numa área com processo erosivo agressivo.
Após acidente que vitimou família no mês de novembro, Governo do Estado e Prefeitura de Tibau do Sul reforçaram fiscalizaçãoApós acidente que vitimou família no mês de novembro, Governo do Estado e Prefeitura de Tibau do Sul reforçaram fiscalização.
Outro levantamento que está sendo concluído é o de Engenharia Civil, que também produzirá um relatório para orientar quais medidas são necessárias quanto aos imóveis interditados preventivamente.
“Os processos erosivos são agressivos sobre a face da falésia. No topo pela ação natural dos ventos e de águas superficiais e na base das falésias pela ação do mar devido o ambiente costeiro dinâmico da região”, relatam os técnicos Newton Cortez da Silva Filho, diretor de Planejamento da SEMURBMO, e Ieda Maria Maria Melo Cortez, titular da SEMURBMO, que assinam o relatório.
O estudo, de caráter preliminar, possui 24 páginas e é intitulado “Análise do Cenário de Risco da Costa do Município de Tibau do Sul” foi obtido pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE e tem como objetivo “a identificação e caracterização dos locais susceptíveis a movimento de massa na costa do município de Tibau do Sul, assim como o registro de eventos, seguido do mapeamento dos locais vulneráveis ao perigo identificado ao longo da costa”. O relatório foi produzido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana – (Semurbmo) de Tibau do Sul.
Esse estudo, inclusive, só avaliou um determinado trecho de cerca de 3km das falésias da Praia da Pipa. Apenas neste espaço, segundo a avaliação, foram observados 15 pontos entre indícios de instabilidade e “cicatrizes de eventos pretéritos”. O relatório traz uma série de fotografias e esmiúça, trecho por trecho, a situação de cada ponto da encosta, avaliando itens como vegetação, inclinação e marcas d’água.
Ao observar o trecho do acidente de outubro, o relatório empregou quatro índices de vulnerabilidade, as quais são classificadas desde muito alta, denominado “V4”, que considera edificações precárias, até “V1” que considera as construções que apresentam laudo técnico que assegure a integridade da edificação para determinados movimentos gravitacionais de massa. Portanto, na “carta de risco”, 23 imóveis foram classificados com risco muito alto nas falésias da praia da Pipa.
“Os processos erosivos são agressivos sobre a face da falésia. No topo pela ação natural dos ventos e de águas superficiais e na base das falésias pela ação do mar devido o ambiente costeiro dinâmico da região”, apontam os técnicos.
“Os setores qualificados com risco são zonas que requerem atenção quanto a suas estruturas e drenagens. A carta de risco produzida pelo estudo é uma ferramenta de grande importância no planejamento de ações estratégicas frente ao perigo de deslizamento planar e tombamento na área de estudo. As cartas e mapas gerados auxiliam tanto na decisão de intervenções que podem ser implementadas para a redução do grau de risco, quanto na elaboração do plano de contingencia da região”, detalham.
Os técnicos recomendam que “é necessário a ampliação dos estudos de forma multidisciplinar e com a participação dos demais órgãos competentes para compor soluções e decisões acerca de medidas para a redução do risco, como o controle das águas pluviais sobre as áreas de falésia e o reforço e conservação das estruturas, inspeção das drenagens existentes, a fim de se certificar da inexistência de vazamentos que possam levar a saturação do solo, assim como a ampliação da malha de drenagem, principalmente no setor qualificado como R4 e em suas adjacências devido as grandes áreas impermeabilizadas neste local, pois o escoamento superficial desordenado pode levar a processos de erosão e a escavação da encosta”.
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