Se você é daquelas pessoas que, na época da escola, perdia a noção do tempo enquanto analisava cada cantinho do planeta nas páginas do geoatlas (e, ainda hoje, faz o mesmo no Google Maps), então você precisa conhecer o Ancient Earth. A ferramenta permite algo que, de tão incrível, chega a ser inacreditável: marcar um endereço específico no globo terrestre (digamos, a sua casa) e acompanhar como o local foi evoluindo ao longo de centenas de milhões de anos na escala de tempo geológica até chegar aos dias atuais.
Em uma rápida e simples busca, é possível descobrir que o estado de São Paulo foi, durante muito tempo, vizinho de Angola no supercontinente Pangeia. Até que, por volta de uns 150 milhões de anos atrás, no final do Período Jurássico, quando os dinossauros reinavam absolutos sobre a Terra, as duas massas de terra racharam e começaram a se separar. Bem antes disso, há 300 milhões de anos, no ocaso do Carbonífero, as terras paulistas estavam totalmente congeladas sob calotas polares.
Ainda no mesmo recurso de dar “pulos” temporais, o Ancient Earth mostra a configuração dos continentes e oceanos na época em que surgiram os primeiros seres multicelulares, conchas, insetos, flores… E nos dias em que nossos ancestrais hominídeos evoluíram pela primeira vez nas savanas africanas, 20 milhões de anos atrás. Ao todo, são 26 timelines diferentes, iniciando no Período Criogeniano, há 750 milhões de anos, até os tempos atuais.
A cada salto, breves descrições são mostradas no canto inferior esquerdo da tela. Também dá para incluir a rotação do globo, as nuvens e a Linha do Equador, além de uma visualização mais brilhante. O responsável pela ferramenta é o engenheiro Ian Webster, que já trabalhou no Google e é curador da maior base de dados online sobre dinossauros. Ele também está por trás de outras visualizações de dados incríveis de temas muito variados, de asteroides a política.
“Eu fico maravilhado que os geólogos tenham coletado dados o bastante para colocar um marcador na minha casa 750 milhões de anos atrás, então pensei que vocês também iriam curtir”, escreveu Webster no site Hacker News. Os dados utilizados no Ancient Earth foram extraídos do projeto PALEOMAP, liderado pelo paleogeógrafo Christopher Scotese.