Nos primeiros 60 dias do governo Jair Bolsonaro, os gastos com cartões corporativos da Presidência cresceram 16% em relação à média dos últimos quatro anos, sempre descontada a inflação no período. A nova gestão foi responsável por uma fatura de R$ 1,1 milhão, segundo apuração de O Estado de S.Paulo.
Os valores, divulgados com atraso, após o jornal, depois de questionar a Controladoria-Geral da União (CGU), não foram publicizados na integralidade, sob o velho argumento da administração de que informar os gastos do presidente poderia colocar em risco a sua segurança.
Ao todo, 1.846 servidores estão registrados para usar os cartões corporativos. Eles foram responsáveis por um gasto total de R$ 5,3 milhões até agora no ano. Quando considerados todos os órgãos do governo, a economia foi de 28% em relação à média dos últimos quatro anos.
Só na Secretaria de Administração o gasto com cartão corporativo – R$ 1,1 milhão – é menor do que o gasto nos dois primeiros meses de 2014, quando a gestão Dilma Rousseff gastou R$ 1,4 milhão, em valores atualizados pela inflação.
Um projeto em discussão no Senado – de autoria do ex-senador Ronaldo Caiado (DEM) – prevê a divulgação completa das despesas. O próprio chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, era a favor da extinção dos cartões corporativos, mas isso durante a transição do governo.
Segundo apurou O Estado de S.Paulo, o Ministério da Defesa registrou despesa de R$ 500 em um restaurante especializado em carnes argentinas na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. O mesmo servidor também usou o cartão em um McDonald’s de Brasília pagando R$ 19,90.