Entenda o que pode e o que não pode funcionar com o novo decreto do governo do RN

O governo do Rio Grande do Norte publicou na tarde desta quinta-feira (1º) o novo decreto com medidas restritivas de enfrentamento à pandemia da Covid-19 no estado. As medidas valem a partir de segunda-feira (5) e vão até o dia 16 de abril. Até o dia 5, portanto, segue em vigência o atual decreto de isolamento social rígido, que foi ampliado até o domingo (4).

Entre as principais medidas, o novo decreto publicado nesta quinta estabelece toque de recolher das 20h às 6h e integralmente aos domingos e feriados. O documento também flexibiliza o funcionamento de igrejas, comércios e escolas, desde que seguidas normas específicas.

Vejas as medidas

  • Fica restabelecido o “toque de recolher”, consistente na proibição de circulação de pessoas em todo o Estado do Rio Grande do Norte, como medida de diminuição do fluxo de pessoas em ruas e espaços públicos e consequente mitigação de aglomerações, aos domingos e feriados, em horário integral; e nos demais dias da semana, das 20h às 06h da manhã do dia seguinte.

 

Não se aplicam as medidas de toque de recolher às seguintes atividades:

  • I – serviços públicos essenciais;
  • II – serviços relacionados à saúde, incluídos os serviços médicos, hospitalares, atividades de podologia, entre outros;
  • III – farmácias, drogarias e similares, bem como lojas de artigos médicos e ortopédicos;
  • IV – supermercados, mercados, padarias, feiras livres e demais estabelecimentos voltados ao abastecimento alimentar, vedada a consumação no local no período do toque de recolher;
  • V – atividades de segurança privada;
  • VI – serviços funerários;
  • VII – petshops, hospitais e clínicas veterinária;
  • VIII – serviços de imprensa e veiculação de informação jornalística;
  • IX – atividades de representação judicial e extrajudicial, bem como assessoria e consultoria jurídicas e contábeis e demais serviços de representação de classe;
  • X – correios, serviços de entregas e transportadoras;
  • XI – oficinas, serviços de locação e lojas de autopeças referentes a veículos automotores e máquinas;
  • XII – oficinas, serviços de locação e lojas de suprimentos agrícolas;
  • XIII – oficinas e serviços de manutenção de bens pessoais e domésticos, incluindo eletrônicos;
  • XIV – serviços de locação de máquinas, equipamentos e bens eletrônicos e eletrodomésticos;
  • XV – lojas de material de construção, bem como serviços de locação de máquinas e equipamentos para construção;
  • XVI – postos de combustíveis e distribuição de gás;
  • XVII – hotéis, flats, pousadas e acomodações similares;
  • XVIII – atividades de agências de emprego e de trabalho temporário;
  • XIX – lavanderias;
  • XX – atividades financeiras e de seguros;
  • XXI – imobiliárias com serviços de vendas e/ou locação de imóveis;
  • XXII – atividades de construção civil
  • XXIII – serviços de telecomunicações e de internet, tecnologia da informação
  • e de processamento de dados;
  • XXIV – prevenção, controle e erradicação de pragas dos vegetais e de doenças dos animais;
  • XXV – atividades industriais;
  • XXVI – serviços de manutenção em prédios comerciais, residenciais ou industriais, incluindo elevadores, refrigeração e demais equipamentos;
  • XXVII – serviços de transporte de passageiros;
  • XXVIII – serviços de suporte portuário, aeroportuário e rodoviário;
  • XXIX – cadeia de abastecimento e logística

Também ficam autorizados a funcionar em qualquer horário de incidência do toque de recolher, os estabelecimentos comerciais de qualquer natureza e prestadores de serviço por sistema de entrega (delivery), drive-thru e take away.

O decreto permite o deslocamento durante a vigência do toque de recolher, seja mediante serviço de transporte de passageiros ou veículo próprio, restritamente em situações de emergência, para o deslocamento entre o local de trabalho e o domicílio residencial e nos casos dos serviços autorizados a funcionar.

Bares, restaurantes e hotéis

 

  • A partir do horário de início do toque de recolher, os estabelecimentos de alimentação (bares, restaurantes e similares) poderão funcionar por 90 minutos exclusivamente para encerramento de suas atividades presenciais, sendo vedado o atendimento de novos clientes.
  • Aplicam-se aos restaurantes localizados no interior de hotéis e pousadas as mesmas regras dos demais estabelecimentos do ramo de alimentação, observado, durante a incidência do toque de recolher, a vedação do acesso a não hóspedes e a consumação restrita à unidade hoteleira (quarto ou apartamento).
  • Fica suspensa a venda para consumo no local de bebidas alcóolicas, em qualquer estabelecimento comercial, incluindo hotéis e pousadas, bem como seu consumo em locais de acesso ao público, como conveniências, bares, restaurantes e similares, independentemente do horário.

O que segue proibido

  • Funcionamento de parques públicos, centros de artesanato, circos, parques de diversões, museus, bibliotecas, teatros, cinemas e demais equipamentos culturais;
  • Realização de eventos corporativos, técnicos, científicos, esportivos, convenções, shows, festas ou qualquer outra modalidade de evento de massa, inclusive locais privado, como os condomínios edilícios;
  • Atividades recreativas em clubes sociais e esportivos.
  • Permanece suspenso o funcionamento do Centro de Convenções de Natal

 

O decreto frisa que os eventos esportivos de futebol profissional, previstos em agenda de campeonatos oficiais, poderão ocorrer desde que observada a proibição de público nos locais de treinamentos e partidas, bem como a realização de testes em todos os participantes na véspera de cada disputa.

Volta das atividades de ensino

  • Em razão da essencialidade das atividades educacionais, poderão funcionar em sistema híbrido (presencial e remotamente) as escolas e instituições de ensino até o 5º ano do fundamental I, da rede privada de ensino, conforme a escolha dos gestores educacionais e dos pais ou responsáveis legais, desde que atendidas as regras estabelecidas nos protocolos sanitários vigentes.
  • Permanecem suspensas as aulas presenciais, para os níveis, etapas e modalidades educacionais não contemplados das unidades das redes pública e privada de ensino, incluindo instituições de ensino superior, técnico e especializante, devendo, quando possível, manter o ensino remoto.

Volta das atividades religiosas

 

  • Fica permitida a abertura das igrejas, templos, espaços religiosos de matriz africana, centros espíritas, lojas maçônicas e estabelecimentos similares, inclusive para atividades de natureza coletiva, respeitadas as recomendações da autoridade sanitária, especialmente o distanciamento mínimo de 1,5 m entre as pessoas, a limitação de 1 pessoa para cada 5 m² de área do estabelecimento ou frequência não superior a 20% da capacidade máxima, o que for menor. Isso não aplica ao período do toque de recolher. E também está vedado o acesso de pessoas do grupo de risco.
  • Fica autorizada, na vigência do toque de recolher, a realização de atividades de natureza religiosa de forma virtual, sem a presença de público.

Regras para o ambiente de trabalho

As empresas devem:

  • I – intensificar a triagem dos trabalhadores sintomáticos;
  • II – realizar testes de diagnóstico em todos os trabalhadores sintomáticos
  • III – realizar rastreio de contatos;
  • IV – proceder com a notificação dos casos aos órgãos de acompanhamento de controle epidemiológico do Estado e acionar a Secretaria Municipal de Saúde local para auxiliar na realização da investigação do caso e de rastreamento de contatos;
  • V – afastar o trabalhador sintomático e seus contatos pelo período recomendado de isolamento domiciliar.

 

Além disso, é determinado que as empresas devem:

  • orientar e cobrar de seus clientes e trabalhadores o cumprimento dos protocolos específicos de segurança sanitária;
  • esclarecer junto aos trabalhadores que a prestação de declarações falsas, posteriormente comprovadas, os sujeitará à responsabilização criminal, bem como às sanções decorrentes do exercício do poder diretivo patronal;
  • disponibilizar equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, de acordo com o risco à exposição
  • utilizar produtos de limpeza e desinfecção registrados na ANVISA.

 

A empresa também deve fornecer máscaras de proteção facial em quantidade suficiente aos seus trabalhadores, preferencialmente do modelo PFF2 ou descartáveis, devendo haver a substituição da máscara a cada 3 horas;

Em situações excepcionais, de tecidos, conforme definido no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), associando-a a outra medida de proteção definida no referido programa, como face shield ou maior distanciamento entre os postos de trabalho.

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