A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22) acendeu um sinal de alerta na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. Apesar de já ter consolidado 22% dos votos no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa, Bolsonaro enfrenta elevada rejeição – 39% dos eleitores ouvidos na pesquisa dizem que não votam nele de jeito nenhum.
Esta rejeição, a maior entre todos os candidatos, já apresenta reflexo na disputa pelo segundo turno, que será no dia 28 de outubro. Bolsonaro perde praticamente em todos os cenários para seus adversários: Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Também perde na disputa com Lula. Ele só vence o petista Fernando Haddad, que pode assumir a chapa do partido caso o ex-presidente Lula seja barrado pela Justiça Eleitoral.
A pesquisa Datafolha aponta, ainda, a percepção de que neste primeiro momento da campanha, o ex-presidente Lula conseguiu ter resultados na estratégia estabelecida pelo PT para dar visibilidade ao seu nome. Com isso, ele acaba sendo o único dos candidatos com uma mudança mais expressiva das intenções de voto.
Mas o roteiro do PT até o momento apresentou um efeito colateral. Quando se analisa o cenário realista da disputa até o momento, sem o ex-presidente, Fernando Haddad não consegue capitalizar os votos lulistas, aparecendo com 4%.
Neste cenário, os votos são pulverizados por todas as candidaturas, com Marina Silva e Ciro Gomes dobrando as intenções de voto.
Com relação a Geraldo Alckmin, a pesquisa explicita uma estagnação do tucano que agora terá que colocar toda a sua estratégia no tempo de televisão.
Já Ciro Gomes terá o desafio de conseguir capturar uma parte mais expressiva do eleitorado lulista.
Não por acaso, quase metade dos eleitores atualmente afirma que não votaria no candidato indicado por Lula.