Corrupção: “Assessora” de Bolsonaro seguia até hoje vendendo açaí em horário de expediente

O deputado federal e candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL-RJ) informou que a funcionária de seu gabinete Walderice Santos da Conceição pediu demissão. Ela foi flagrada nesta segunda-feira pelo jornal “Folha de S. Paulo” vendendo açaí em Angra Dos Reis, no Rio de Janeiro, durante o horário de expediente.

Bolsonaro afirmou que o gabinete recebeu uma ligação dela por volta de meio-dia pedindo demissão. Segundo o parlamentar, por questões burocráticas ela será exonerada sem constar que foi “a pedido”. No debate da TV Bandeirantes, na semana passada, ele foi questionado por Guilherme Boulos (PSOL) sobre o tema, mas afirmou que em janeiro a funcionária vendia açaí porque estava de férias.

— Ela ligou de manhã para cá e pediu demissão por causa do Boulos. Falou que tendo em vista esses problemas, para não me desgastar, pediu demissão. Foi meu primeiro dia aqui em Brasília depois do debate. Ela está fora. É uma senhora, deve ter uns 50 anos de idade, pobre e vai procurar emprego agora. É mais uma desempregada no Brasil — afirmou o parlamentar em entrevista no plenário da Câmara.

A funcionária tinha salário bruto de R$ 1.416,33 e recebia ainda R$ 982,29 de auxílio. Ela fazia parte do gabinete de Bolsonaro desde 2003. Segundo o parlamentar, que tem uma casa em Angra dos Reis, Walderice o ajudava a atender demandas da cidade fluminense.

— Minha casa está abandonada há quatro anos e tenho dois cachorros lá e, para não morrer, dá de vez em quando água para o cachorro, só isso. O crime dela é esse aí, dar água para os cachorros — afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou ainda que vai processar Boulos por ter lhe chamado no debate de “racista, machista e homofóbico”. O candidato do PSL afirmou que pretende manter como estratégia nos próximos debates não fazer ataques aos adversários.

PREOCUPAÇÃO COM MST

O presidenciável demonstrou preocupação com a marcha que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizam com o objetivo de acompanhar o protocolo do registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na saída de seu gabinete, antes de conceder entrevista, Bolsonaro cumprimentou os jornalistas presentes e pediu um tempo para fazer um aviso ao seu gabinete.

— O MST está vindo pra Brasília. Recebi informações, a gente tomou conhecimento, de que vão fazer movimento hoje, com possíveis ações violentas. E um dos alvos seria eu. Então, vou conversar pra ver o que faço da minha vida amanhã — disse Bolsonaro a seus funcionários, na porta do gabinete.

— Eu não tenho medo de nada. É só precaução — disse Bolsonaro.

O parlamentar está sendo escoltado desde a semana passada por agentes da Polícia Federal, assim como acontece com outros presidenciáveis. Segundo Bolsonaro, ele foi classificado como de “risco máximo”, sendo acompanhado por pelo menos quatro agentes em todos os seus deslocamentos.

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