A equipe do WhatsApp decidiu modificar o mecanismo de encaminhar mensagens, depois de uma série de boatos, fake news e mortes registrados na Índia. Nesta sexta-feira (20), o aplicativo de chat passa a impor um limite quando o usuário tenta repassar um texto, foto ou vídeo para outras pessoas ou grupos. Entre as medidas iniciais também está a remoção do botão que dá acesso rápido à ferramenta.
Nos últimos meses foram registrados ao menos cinco episódios de violência em território indiano. Mais de 20 pessoas foram mortas após mensagens falsas sobre supostos traficantes que estariam sequestrando e vendendo crianças. As mensagens foram disseminadas majoritariamente pelo aplicativo, que conta com 200 milhões de adeptos por lá. Já no Brasil, o WhatsApp é utilizado por ao menos 120 milhões de habitantes, de acordo com dados divulgados no ano passado.
Com a alteração de hoje no mercado indiano, o usuário que quiser repassar um conteúdo para amigos terá a opção de encaminhar para no máximo cinco pessoas ou grupos. Este limite não existia até então. Os funcionários do mensageiro não especificaram o que vai acontecer quando um participante do WhatsApp alcançar o teto.
O WhatsApp está mais generoso no restante do mundo, com limite de 20 chats para os quais cada conteúdo poderá ser encaminhado, conforme informou a equipe brasileira em resposta ao TechTudo. A limitação anterior seria superior a 200 conversas, de acordo com alguns sites estrangeiros especializados no tema. A informação não está no documento divulgado pela empresa, que faz parte do conglomerado empresarial do Facebook.
Segundo o WhatsApp, as mudanças visam melhorar a segurança e a privacidade dos usuários no dia a dia. “Nós acreditamos que essas medidas – e que continuaremos a avaliar – poderão manter o WhatsApp do jeito que ele deve ser: um app para conversas privadas”, explica o mensageiro em nota.
Esta não é a primeira iniciativa que o mensageiro toma para evitar a proliferação de notícias falsas pelo aplicativo. No começo do mês, o WhatsApp anunciou que irá oferecer 20 bolsas de US$ 50 mil (cerca de R$ 195 mil, em conversão direta) para estudos que busquem compreender o fenômeno e para encontrar alternativas sem afetar a privacidade dos usuários.
Outras medidas foram tomadas após o anúncio. Uma das atualizações mais recentes, disponibilizada em 10 de julho, está o rótulo que indica quando a mensagem é encaminhada ou não. Dessa forma, o remetente pode certificar se aquele conteúdo é de autoria de quem enviou ou não. Além disso, o WhatsApp testa uma forma de proteção contra links maliciosos, para evitar a proliferação de golpes, como o caso do PIS/Pasep, com 100 mil vítimas em menos de 24 horas.
Dicas de segurança
O WhatsApp também divulgou uma lista com sugestões para usuários se manterem mais seguros no mensageiro. Entre as dicas estão os ajustes de privacidade, bloqueio de usuários desconhecidos, a solicitação de dados da conta, limpeza de conversas, a desativação de recibos de leitura, a denúncia de mensagens de spam, sair do grupo e a verificação em duas etapas.
Com informações: G1 e WhatsApp