Vias estão sem radares há sete anos

Sem equipamentos para monitorar a velocidade dos veículos há sete anos, as rodovias estaduais do Rio Grande do Norte permanecem sem fiscalização eletrônica de velocidade ao longo de seus 3,2 mil quilômetros. Em Natal, a Via Costeira, com seus 9 km de extensão, se tornou um ponto de perigo para motoristas, principalmente com a chegada do período chuvoso, que torna a avenida ainda mais propícia a acidentes causados por excesso de velocidade. Em 2018, foram 68 acidentes na avenida, 25 deles com feridos, e dois com mortes. Este ano, a avenida já soma 30 acidentes, dos quais 11 tiveram feridos, e um teve uma vítima fatal.

As tentativas de garantir os radares para as rodovias estaduais ao longo dos últimos anos foram várias, todas fracassadas. O contrato encerrou em 2012, durante a gestão da ex-governadora Rosalba Ciarlini. Em 2014, o Governo do Estado chegou a abrir uma licitação, mas nenhuma empresa se candidatou ao certame, que terminou deserto. No ano passado, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), chegou a comunicar que um novo edital seria publicado até o fim do ano.

A TRIBUNA DO NORTE perguntou ao departamento qual é a situação do processo de contratação dos radares, e quais são as principais dificuldades existentes para que o Departamento consiga concluí-lo. Até o fechamento dessa edição, no entanto, não obteve resposta.

Além dos radares nas próprias rodovias, em 2018, o Departamento havia informado que pretendia realizar a compra de radares móveis, para serem utilizados pelos policiais rodoviários estaduais durante as fiscalizações, especialmente no interior. De acordo com o coronel Silva Júnior, do Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE), equipamentos como drones e radares móveis foram solicitados ao Detran. Até hoje, no entanto, os policiais permanecem sem o equipamento.

“Com o radar móvel, eu posso identificar a velocidade que um veículo está empreendendo na via naquele momento. Se ele estiver acima da velocidade, já é possível fazer a autuação ali mesmo”, explica.

“Os drones também seriam úteis porque permitem a filmagem. Recentemente, graças a uma cidadã que filmou uma van fazendo uma conversão proibida, colocando em risco todos os que estavam na via, nós vamos poder fazer com que esse motorista seja autuado. Daí a importância desse tipo de equipamento para a ação policial”, completa o Coronel.

De acordo com ele, ao menos cinco radares móveis foram solicitados, de forma a cobrir ao menos as cinco regiões em que estão divididas as equipes de fiscalização.

A maior parte das ocorrências de acidentes se concentravam em cinco das rodovias estaduais: a RN-063 (avenida Engenheiro Roberto Freire e Rota do Sol), a RN-302 (avenida Dr. João Medeiros Filho, na zona Norte de Natal), RN-160 (estrada que liga os municípios de Natal e Macaíba), RN-301 (Via Costeira) e RN-003 (rodovia que sai da praia de Pipa em direção a São José do Campestre).

No último dia 13, o Ministério Público do Estado instaurou um inquérito civil, para apurar a deficiência tanto na sinalização como na fiscalização eletrônica na Via Costeira, que deve realizar diligências a fim de apurar a situação. O inquérito foi assinado pela promotora Maria Danielle Simões Veras Ribeiro, da 49ª Promotoria de Justiça e Cidadania.
Veja o número de acidentes na Via Costeira desde 2015
 
2015
66 acidentes no total

18 acidentes com feridos, sem registro de óbitos.

2016 
104 acidentes no total

39 acidentes com feridos, sem registro de óbitos

2017
92 acidentes no total

33 acidentes com feridos

2 óbitos registrados

2018
68 acidentes no total

25 acidentes com feridos

2 óbitos

2019
30 acidentes no total

11 acidentes com feridos

1 óbito

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