Os acusados de planejar a morte do radialista Francisco Gomes de Medeiros, conhecido como F. Gomes, vão a julgamento na manhã desta segunda-feira (15), no Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes, em Lagoa Nova, Zona Sul de Natal. Após quatro adiamentos, o ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral e o comerciante Lailson Lopes, ‘O Gordo da Rodoviária’, serão julgados por um júri popular unificado. Os dois são acusados de encomendar e planejar o assassinato do comunicador que aconteceu no dia 18 de outubro de 2010, em Caicó, região Seridó do estado.
No dia 27 de março deste ano, em julgamento previsto, o júri foi adiado após Lailson se recusar a ser defendido pela Defensoria Público do Estado e acabou preso. Nesta ocasião, a sessão já havia iniciado. Gilson estava detido e aguardava apenas o julgamento, mas voltou ao sistema prisional após o julgamento ser adiado novamente. Em 2017, Lailson dispensou também um advogado durante o julgamento.
Em maio de 2012, a então delegada Sheila Freitas, da Divisão Especializada em Investigações e Combate ao Crime Organizado (Deicor), confirmou que F. Gomes foi assassinado a mando de pessoas que formaram um “consórcio” para financiar o crime.
Segundo ela, esse “consórcio” seria responsável por angariar R$ 10 mil e repassar a João Francisco dos Santos, o Dão, autor confesso do assassinato e que está preso. De acordo com a delegada, o “consórcio” é formado pelo advogado Rivaldo Dantas de Farias, pelo tenente-coronel PM Marcos Antônio de Jesus Moreira, pelo ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral e pelo comerciante Lailson Lopes. Além desses, ainda de acordo com a delegada, o soldado PM Evandro Medeiros também tem envolvimento com o assassinato de F. Gomes.
Memória
O jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, mais conhecido como F. Gomes, foi assassinado na noite do dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Caicó. Ele estava na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, quando um homem chegou numa moto e abriu fogo. Atingido por três tiros fatais, foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos. F. Gomes tinha 46 anos, era casado com Eliane Gomes e pai de 3 filhos.
Após vários depoimentos ao delegado Ronaldo Gomes, que presidia o inquérito à época, Dão afirmou que tinha jurado de morte o comunicador desde 2007, quando foi preso por roubo qualificado depois de denúncia feita por F. Gomes.