Quatro presos são encontrados mortos dentro da Penitenciária de Alcaçuz

Corpos foram achados com sinais de enforcamento na manhã deste domingo (19). Complexo penal foi cenário de massacre com 26 mortes em janeiro de 2017.

Corpos foram encontrados no Presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido como pavilhão 5 de Alcaçuz (Foto: Ediana Miralha/Inter TV Cabugi)

Quatro presos foram encontrados mortos, na manhã deste domingo (19), dentro do Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, conhecido como pavilhão 5 de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal. Os corpos foram achados com sinais de enforcamento. O caso foi confirmado pelo governo do estado.

De acordo com agentes penitenciários, os quatro homens eram ligados ao PCC e haviam deixado a facção criminosa para se filiar ao Sindicato do Crime – grupo rival. Esse pode ser um dos motivos das mortes. Eles foram identificados pela Secretaria de Justiça e Cidadania como Iuri Yorran Dantas Azevedo, de 24 anos, Rodrigo Alexandre Farias Araujo, de 26, Thiago Lucas Oliveira Silva, 24 e Ytalo Nunes de Sousa, 25.

Ainda de acordo com a secretaria, a direção do Rogério Coutinho Madruga acionou a Delegacia Especializada em Homicídios e o Instituto Técnico-Científico de Perícia. As circunstâncias das mortes serão investigadas pela Polícia Civil e só o laudo do Itep poderá determinar a real causa da morte.

“As facções criminosas não se comunicam mais com o exterior da cadeia, o que tem provocado brigas internas”, acrescentou a secretaria, em nota.

De acordo com o sistema da Justiça Estadual, Iuri Yorran cumpria pena de 10 anos e 8 meses por roubo majorado. Ytalo Nunes de Sousa pagava pena de 18 anos por roubo majorado e furto qualificado. Já Rodrigo Alexandre Farias de Araújo cumpria 16 anos de reclusão por tráfico de drogas, associação para o tráfico e crime de receptação dolosa, em concurso material e Thiago Lucas foi preso por homicídio.

Alcaçuz

A Penitenciária Estadual de Alcaçuz foi palco de um massacre em janeiro de 2017 que deixou 26 mortos. Foram 14 dias seguidos de rebelião que deixou a unidade prisional praticamente destruída. Segundo relatórios do meio

Após a retomada do controle, o governo do estado dividiu a penitenciária ao meio. Um muro de concreto foi erguido separando as facções rivais. De um lado, ficaram os pavilhões 1, 2 e 3, com os presos do ‘Sindicato’. Do outro, o pavilhão 4 e o Presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido como pavilhão 5, com os do PCC. Só então deu-se início à obra de reforma da penitenciária.

Atualmente os presos ocupam os pavilhões 1, 2 e 3 da Penitenciária de Alcaçuz, e o Rogério Coutinho Madruga. Juntas, as duas unidades abrigam mais de 2.600 presos. Palco da matança, o Pavilhão 4 é o único que não foi reformado e permanece desativado.

Outras mortes

Mesmo após a retomada de Alcaçuz, pelo Estado, outros homicídios voltaram a acontecer dentro do complexo prisional. Em fevereiro, dois corpos foram encontrados pendurados dentro de uma cela do Presídio Rogério Coutinho Madruga. Foi o primeiro caso após o massacre que tinha acontecido mais de um ano antes.

Em abril deste ano, mais um detento foi morto. Dessa vez, a vítima foi morta a facadas no pavilhão 3, durante o banho de sol dos apenados.

Reforma

O governo do estado anunciou neste mês de agosto uma reforma de R$ 18 milhões no complexo prisional, com a construção de mais dois pavilhões e geração de mais 416 vagas. Uma empresa foi contratada com dispensa de licitação, para realizar a obra. O Rio Grande do Norte se encontra em estado de calamidade no sistema prisional.

A decisão de ampliar a Penitenciária de Alcaçuz veio após o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) reprovar o projeto de construção de uma cadeia pública em Afonso Bezerra por “inviabilidade técnica”.

G1 RN
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