Novo fluxo preocupa profissionais

A retirada do atendimento de pacientes vasculares, principalmente em casos de “pé de diabético” do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, é alvo de preocupação da presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular no Rio Grande do Norte, médica  Liana Berucia Freire de Oliveira. Segundo a médica, relatos de profissionais que trabalham no hospital Ruy Pereira e no Walfredo Gurgel, mostram que o quadro de saúde dos pacientes vasculares tem se agravado por falta de tratamento adequado.

 “Temos algumas informações, mas nada oficial, de que tem a percepção de  que os pacientes que antes ficavam internados no Walfredo, agora aguardam em casa ou em UPAS, por uma cirurgia, mas muitos estão agravando seu quadro por falta de tratamento adequado. Essa espera está sendo maior do que o necessário”, disse a médica, relatando preocupação.

A mudança ocorreu por causa da transferência da linha de cuidado de pacientes de cirurgia vascular, como é o caso do “pé de diabético”, para o Hospital Doutor Ruy Pereira dos Santos, em Petrópolis. Foi publicada uma portaria em 31 de janeiro regularizando a situação, e desde então o Walfredo Gurgel não recebe pacientes com esse perfil.

No Ruy Pereira, a demanda aumentou após a transferência desse tipo de pacientes. Dados fornecidos pela assessoria técnica do hospital mostram um aumento de 63% nas cirurgias. Em janeiro foram realizados 110 procedimentos cirúrgicos, e em fevereiro ocorreram de 170 a 180. Em janeiro ocorreram 61 internações, e em fevereiro foram 83. Em março, a média de cirurgia tem sido de 12 a 15 por dia, e até esta quarta-feira ocorreram 37 internações.

Quando estavam internados no Walfredo, Liana Berucia, que também é médica do local, disse que a espera variava de acordo com o caso do paciente. Em casos de infecção, a tendência era de que o caso fosse tratado mais rápido. A médica frisou que concorda com a mudança, que tem deixado os corredores vazios de pacientes, mas que a estrutura para que o paciente aguarde a cirurgia deveria ser melhor vista.

“A percepção que temos é de que quando o paciente finalmente chega no Walfredo,  chega bem mais grave. Provavelmente, se fossem atendidos mais cedo, o risco de vida e de amputação de um membro era menor”, explicou Liana Berucia.

 A mudança em procedimentos, para dar agilidade aos processos, e implementação de insumos foram feitos para atender a demanda dos novos pacientes que chegam ao Ruy Pereira. A equipe de profissionais, entre médicos, técnicos e enfermeiros, não foi aumentada. Existe um ambulatório especializado que atende através da regulação, uma média de 15 a 20 pacientes de segunda-feira a sexta-feira no especializado vascular. O paciente sai com a conduta médica de acordo com terapia medicamentosa e com cuidados médicos que concerne a cobertura ou indicação de internação.
Determinação muda corredores do Walfredo 
Se antes os pacientes lotavam os corredores do térreo do Walfredo Gurgel, agora eles aguardam em casa ou em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), para a realizar uma cirurgia. De acordo com a diretora do hospital, a médica Fátima Pinheiro, comemora a mudança de cenário, e disse que isso foi possível porque a gestão central, da Secretaria Estadual de Saúde, visualizou a possibilidade de transferência dos atendimentos vasculares para o Ruy Pereira. Até o final de janeiro, haviam de 70 a 80 macas de pacientes vasculares nos corredores do hospital.

“Essa mudança foi fundamental. Ela diminui a sobrecarga dos nossos profissionais, melhora a assistência ao paciente. Em cinco anos de direção, foram poucas as vezes que vi os corredores assim”, explicou Fátima Pereira. Atualmente existem 400 profissionais de saúde no hospital, que atendem uma média de 198 pacientes por dia.  O hospital Monsenhor Walfredo Gurgel atende casos de trauma e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

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