Porta-voz de campanha contra violência doméstica, Luiza Brunet fala sobre a denúncia
A atriz, empresária e ex-modelo Luiza Brunet disse nesta sexta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, que as vítimas de violência devem “perder o medo de fazer a denúncia” contra os agressores.
A afirmação foi feita na sede da Secretaria da Justiça de São Paulo, durante assinatura de protocolo de intenção para ampliar o atendimento de serviços gratuitos voltados às mulheres nas áreas de saúde, educação, lazer, direito, psicologia e assistência social.
A atriz, que em 2016 denunciou seu ex-marido Lírio Parisotto após ter sido agredida por ele, é porta-voz do programa “Mulher, Você Pode”.
“Mulheres esclarecidas são agredidas. Nas redes sociais eu vejo quase um divã de consultoria de mulheres perguntando: ‘O que é que eu faço?’. Acho que é importante não se vitimizar. A partir do momento que eu sofri violência, eu tinha duas opções. A primeira era me calar, a segunda era arregaçar as mangas e trabalhar com o tema”, disse.
“Entendo o que bloqueia uma mulher a fazer uma denúncia. Ela tem que prestar atenção no relacionamento que vive e perder o medo de fazer a denúncia. Para ela se manter viva, tem que fazer a denúncia. Mulheres estão sendo mortas brutalmente. Depende muito da gente, mulher.”
Em junho de 2017, Parisotto foi condenado em primeira instância a um ano de detenção em regime semiaberto pelas agressões. A juíza Elaine Cavalcanti determinou que o réu ficasse dois anos sob vigilância, sendo obrigado a cumprir serviço comunitário durante 12 meses. Ele recorreu, e o Tribunal de Justiça manteve a condenação.
Sobre o protocolo assinado nesta sexta, a atriz disse que o objetivo principal é “encorajar as mulheres a não se envergonharem quando forem fazer uma denúncia”. “Podem sair de um relacionamento abusivo muito mais forte do que entraram. E podem seguir suas vidas.”
O secretário estadual da Justiça, Paulo Dimas Mascaretti, avalia que os homens têm de assumir um papel de conscientização: “É mostrar que ele precisa refletir, que as mulheres têm que ser tratadas com dignidade e exigem respeito”.