Meningite meningocócica pode ser fulminante e deve ser tratada imediatamente

A meningite, doença que causou a morte do neto de 7 anos do ex-presidente Lula, é uma infecção que se instala principalmente quando uma bactéria ou vírus ataca as meninges, três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. A transmissão é por via respiratória.

Arthur Araújo Lula da Silva, 7, deu entrada às 7h20 desta sexta (1) no Hospital Bartira, da rede D’Or, em Santo André (Grande São Paulo), com quadro instável, segundo boletim médico divulgado pela instituição. O quadro se agravou, e a criança morreu às 12h36.

Mais raramente, as meningites podem ser provocadas por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose. As meningites bacterianas são as mais graves e devem ser tratadas imediatamente. Segundo Celso Granato, professor de infectologia da Unifesp, a doença é fulminante. O risco de morte é de 10% a 20%.

Os sintomas incluem febre alta e repentina, dor de cabeça, rigidez do pescoço, vômitos, em alguns casos sensibilidade à luz e confusão mental.

A doença pode ser prevenida com vacinas. Na rede pública, as vacinas protegem contra as meningites causadas pelo hemófilo B, por pneumococo e pelo meningococo C.

Na rede privada, a vacina quadrivalente protege contra a meningite meningocócica A, C, W e Y. Também há a vacina contra a meningite tipo B.

Os casos de meningite estão em queda no país. O número de casos caiu 63% entre 2010 e 2016, segundo dados do Ministério da Saúde.

Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP, afirma que a a ocorrência de um caso não é reflexo de surto ou epidemia. “Não estamos totalmente livres da meningite. Só estaremos mais protegidos quando todas as vacinas estiverem disponíveis para todo o mundo e quando todos se vacinarem.”

O próximo passo é fazer um serviço de monitoramento e vigilância para ver se há outros casos na região onde Arthur morava e de qual subtipo se trata. Pessoas mais próximas podem ter que tomar antibióticos.

​Kallás e Granato lembram também que não existe vacina 100% eficaz. “Sempre há uma taxa de escape. A vacina contra a caxumba protege 70% na primeira dose e 85% na segunda. Já a vacina contra o sarampo protege contra 95% com duas doses. Depende da formulação e das características da doença, mas é essencial se vacinar”, diz Kallás.

VACINAS CONTRA MENINGITE

Ao nascer

Na rede pública

  • BCG (Bacilo Calmette-Guerin). Previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea)

Aos 2 meses

Na rede pública

  • Pentavalente, 1ª dose. Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por HiB
  • Pneumocócica 10 Valente, 1ª dose. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo

Aos 3 meses

Na rede pública

  • Meningocócica C,  1ª dose. Previne a doença meningocócica C

Aos 4 meses

Na rede pública

  • Pentavalente,  2ª dose . Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por Haemóphilus influenzae tipo B
  • Pneumocócica 10 Valente,  2ª dose. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo

Aos 5 meses

Na rede pública

  • Meningocócica C,  2ª dose. Previne doença meningocócica C

Aos 6 meses

Na rede pública

  • Pentavalente,  3ª dose. Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por HiB

Aos 12 meses

Na rede pública

  • Pneumocócica 10 Valente, reforço. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo
  • Meningocócica C, reforço. Previne doença meningocócica C

Dos 11 aos 14 anos

Na rede pública

  • Meningocócica C, dose única ou reforço

Dos 10 aos 19 anos

Na rede pública

  • Pneumocócica 23 Valente, uma dose a depender da situação vacinal. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo

Fonte: Ministério da Saúde http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao#crianca

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