Após um mês de preço em queda, os clientes de postos de gasolina em Natal se assustaram, neste início de agosto, com o preço do litro do combustível. Ao longo de julho, conforme levantamento do Procon Natal, o litro da gasolina custava entre R$ 4,229 e R$ 4,269 nos postos mais baratos da cidade. Hoje, a mesma quantidade custa, em média, R$ 4,559. Aumento real de R$ 0,33. A causa para a diferença no valor, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN) Antônio Cardoso Sales, foi o fim das “promoções”.
“É importante deixar claro que, na verdade, o Sindipostos não se envolve nessa questão de definição de valores nas bombas. A maioria dos postos em Natal, segundo ouvimos, estava praticando promoções no mês de julho, por causa das férias e com o intuito de atrais novos clientes. O Sindicato não interfere na precificação”, declarou Antônio Cardoso Sales. Ao longo do mês passado, a Petrobras reajustou, para cima, o custo do litro da gasolina nas refinarias cinco vezes. O valor saiu, no início de julho de R$ 1,9854 para, no dia 12 do mesmo mês, R$ 2,0527. Desde então, os custos estão em processo de revisão para baixo e, para esta terça-feira, 8, a estatal anunciou redução do valor nas refinarias de R$ 1,9465 para R$ 1,9331.
De acordo com o diretor técnico do Procon Natal, Alencar Júnior, o que ocorreu e que pode justificar o aumento visto nas bombas neste início de agosto foi a decisão de não repassar os aumentos de julho para os clientes no mesmo mês. “Foram quatro ou cinco aumentos nas refinarias ao longo de julho e os postos não repassaram para as bombas. Esse aumento, para o Procon, não é ilegal. Julho é um mês de férias e os postos seguraram os valores para não terem prejuízos”, relatou Alencar. A decisão dos empresários do setor, porém, gerou reclamações ao Procon Natal.
“Nós estamos em campo fazendo os levantamentos de preços. Na próxima segunda-feira ou terça-feira, iremos divulgar novas informações. Os postos que estiverem cobrando acima dos R$ 4,559 poderão sernotificados”, antecipou o diretor técnico da autarquia.
Conforme dados mais atuais publicados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) que alimenta semanalmente o Sistema de Levantamento de Preços (SLP), o custo médio da gasolina comum no Rio Grande do Norte está acima da média nacional. Os valores tabulados em cerca de 5.774 postos de combustíveis em todo o País mostram custo médio de R$ 4,47 na semana do dia 29 de julho ao dia 4 de agosto, sábado passado.
Precificação
O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro afirmou, no final da semana passada, que a estatal não vai alterar sua política de ajuste diário de preços da gasolina e do diesel, apesar do governo ter sido obrigado a subsidiar o valor de venda nos postos para acabar com uma greve dos caminhoneiros realizada no final de maio. “Não alteramos e não vamos alterar a política de preços”, disse.
Ele destacou que em nenhum momento considerou que a decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de avaliar a conveniência de se estabelecer uma periodicidade para o ajuste dos combustíveis seria uma intervenção na liberdade empresarial.
“Estava bem claro que nenhuma dessas decisões ia interferir na formação de preços, nem da Petrobras e nem na política de qualquer empresa”, concluiu. Depois de uma consulta pública, a ANP anunciou que não será estipulado prazo para ajuste do preço de combustíveis, que deve seguir as leis de mercado e ser uma decisão empresarial.
Preço médio
A Petrobras anunciou que o preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias, será de R$ 1,9331 a partir de hoje. O valor em vigor até esta segunda-feira, 6, era de R$ 1,9465. O preço do diesel, por sua vez, segue inalterado desde o dia 1º de junho em R$ 2,0316.
TRIBUNA DO NORTE