Justiça autoriza estreia do goleiro Bruno em novo time

O goleiro Bruno Fernandes, 34, conseguiu autorização da Justiça e para estrear pelo Poços de Caldas FC no próximo sábado (5). O time é o segundo do ex-atleta do Flamengo desde que foi condenado pelo assassinato da ex-namorada, Eliza Samudio — o primeiro foi o Boa Esporte, em 2017.

A informação foi divulgado pelo Poços de Caldas nesta quarta-feira (2) e confirmada à Folha pela advogada de Bruno, Mariana Migliorini. A estreia será no Estádio Benedito Bandola de Oliveira, o Bandolão, contra o Independente de Juruaia, também de Minas Gerais, às 15h. Ingressos serão vendidos por R$ 10.

Segundo o clube, a contratação de Bruno enfrentou “questões judiciais, junto à Federação Mineira de Futebol (FMF)”.

Inicialmente, a partida seria contra o União Mogi, de Mogi das Cruzes (SP), no domingo (6). O jogo foi antecipado em razão da data autorizada pelo juiz para a viagem de Bruno, o que deu problema em agendas. Será o primeiro amistoso do Poços neste ano.

Ainda segundo o clube, Bruno segue morando em Varginha (MG), a 153 km de distância de Poços de Caldas, e precisará pedir nova autorização judicial para viajar para cada jogo.

Na decisão que autorizou a estreia, o juiz libera a saída de Bruno de Varginha às 6h e abre exceção para que retorne à cidade às 21h — pelas regras do semiaberto, ele deve estar em casa às 20h. O documento foi assinado na terça-feira (1º) e se baseia fundamentada pelo parecer favorável do Ministério Público.

O goleiro tem treinado em uma academia da cidade e em um espaço no Campo do Bonsucesso, locado pelo Poços de Caldas. Neste momento, a equipe não disputa nenhuma competição oficial (a última disputada pelo clube foi a terceira divisão de Minas Gerais, que só começa novamente em 2020). O time não revelou o valor do salário do atleta.

“Eu considero ele um dos melhores goleiros do Brasil e quero que meu time suba. Por isso ele faz parte do Poços de Caldas Futebol Clube”, disse o presidente do clube, Paulo César da Silva.

Bruno cumpre pena de 20 anos e nove meses pelo assassinato de Eliza, ocorrido em 2010. Em julho, ele conseguiu voltar ao regime semiaberto, que autoriza que possa trabalhar durante o dia. O contrato com o Vulcão foi assinado em agosto, mas só autorizado agora pela comarca de Varginha.

A pena inicial era de 22 anos e três meses, mas foi reduzida pela prescrição do crime de ocultação de cadáver. Em setembro de 2017, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais validou a certidão de óbito de Eliza. O corpo dela nunca foi encontrado.

À coluna de Mônica Bergamo, na Folha, o diretor da Kuatiloko, torcida organizada mais antiga do Poços de Caldas FC, disse que devem preparar um canto para ele.

“Claro que [a contratação de Bruno] gera polêmica e até mesmo revolta na sociedade. Aqui na cidade, não foi diferente. Há os que criticam e os que são a favor”, afirmou Leonardo Santos, no fim de agosto. “Nossa parte como torcida é apoiar o clube em quaisquer circunstâncias.

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