Greve reduz atendimento cirúrgico no Walfredo

Servidores da saúde estadual, em greve desde o dia 5 de fevereiro, realizaram ato público em frente ao Pronto Socorro Clóvis Sarinho do Hospital Walfredo Gurgel nessa sexta-feira (22): o grupo protestou contra os atrasos salariais e promoveu um ‘trancaço’ durante 1h na porta do hospital – apenas a passagem para atendimentos de urgência e emergência foi liberada. O Sindicato dos Servidores em Saúde (Sindsaúde-RN), que organizou a manifestação na manhã de ontem, informou que “até o momento a governadora Fátima Bezerra não apresentou uma proposta de negociação” para a categoria.

A diretora de Enfermagem do Hospital Walfredo Gurgel, Luciana Paula Campos Marinho, disse que a paralisação desfalcou ainda mais as equipes que já trabalham com déficit de pessoal. “Mesmo com a dificuldade, todos os pacientes que chegam são atendidos. Não está havendo recusa nem retenção de pacientes”, garantiu.

Ela explicou que o centro cirúrgico foi setor onde houve maior adesão dos servidores à greve, na proporção de 50%: das cinco salas de cirurgia, apenas duas estão funcionando. “Não estamos deixando de atender ninguém no Pronto Socorro, mas temos uma morosidade na demanda por cirurgias”. Nas Unidades Intensivas (UTIs), a adesão foi baixa e o atendimento não foi tanto afetado.

“Os intervalos para aferir os sinais vitais dos pacientes é que estão maiores nas UTIs. Já nas unidades de internamento, onde ao desfalque é maior, temos pacientes sem a troca diária de curativos – os técnicos de enfermagem que estão trabalhando precisam selecionar os casos mais graves para prestar uma assistência maior”. Luciana destacou que cada técnico de enfermagem deveria, em média, ser responsável pelo atendimento de cinco ou seis pacientes, mas “com a greve esse número passou para 10 ou 11 pacientes”.

Além de enfermeiros e técnicos de enfermagem, também cruzaram os braços nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e técnicos de laboratório. O Sindsaúde-RN garante que a lei de greve, que determina presença mínima de 30% do quadro funcional, está sendo respeitada.

A reivindicação dos servidores da saúde em greve está centrada na questão dos salários atrasados: servidores inativos, aposentados e pensionistas que ganham acima de R$ 5 mil ainda não receberam o 13º salário de 2017, os salários integrais de novembro e dezembro de 2018, nem o 13º salário de 2018. Servidores ativos estão com a folha de dezembro e o 13º salário de 2018 em atraso.

Nessa próxima segunda-feira (25), às 9h, no auditório do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN), os servidores estaduais da saúde promovem nova assembleia para discutir o calendário de mobilizações da categoria – que também reclama da falta de reajuste salarial desde 2010.

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