De 2011 a 2018, o custo da tarifa de ônibus de Natal subiu 65,9%, passando de R$ 2,20 para R$ 3,65. No mesmo período, a frota de veículos que cobrem as linhas do transporte público da capital caiu 14,2%. Ainda assim, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Seturn) afirma que o cálculo dos últimos reajustes está errado e pede um aumento da tarifa para R$ 4,37 – um acréscimo de quase 20% sobre o preço atual.
O pedido foi formalizado em um ofício encaminhado pelo consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga, à Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal, na última terça-feira (23). Apesar da previsão, o tema não foi tratado em uma reunião do Conselho Municipal de Transporte que aconteceu na manhã desta sexta-feira (26).
“Existe um equivoco crucial na metodologia, que faz com que a tarifa não traduza a realidade dos custos que as empresas vem enfrentando. Somente nos últimos anos, há um prejuízo de R$ 49,5 milhões”, diz o consultor.
Em fevereiro, o Seturn havia pedido aumento da tarifa para R$ 3,90.
A secretária de Mobilidade Urbana, Elequicina Santos, discordou dos empresários e afirmou que o cálculo feito nos últimos anos é correto, “baseado, inclusive, em dados repassados pelas empresas”.
De acordo com o Seturn, houve um déficit entre a previsão de quantidade de passageiros projetada para as linhas. Somente isso, seria responsável pelo prejuízo citado. Além disso, houve aumentos de custos operacionais, como pneus, folhas salariais, peças, combustível, entre outros.
“Este equilíbrio econômico-financeiro dos últimos anos endividou as empresas e inviabilizou a realização de investimentos em frota, comprometendo sobrevivência das empresas permissionárias do transporte público urbano regular e opcional”, afirmou o Seturn, no documento.