Os últimos registros de assaltos no comércio do Alecrim reascenderam os debates em torno da segurança do bairro onde o comércio natalense pulsa mais forte. São reclamações recorrentes de furtos e arrombamentos por parte dos comerciantes. Números da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), enviados à TRIBUNA DO NORTE mostram que, no Alecrim, foram atendidas 228 ocorrências de roubo entre janeiro e agosto deste ano, contra 274 no mesmo período do ano passado. De furto, por sua vez, foram 62 casos neste ano e 73 no ano passado.
Apesar de uma redução nas ocorrências, apontadas nos dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), as contestações ainda existem por parte dos vendedores e ambulantes, fatos percebidos na tarde desta quinta-feira (26), quando a reportagem caminhou por ruas do comércio do Alecrim. A palavra insegurança e furtos são as mais frequentes ouvidas da boca dos vendedores.
Maílson Menezes, gerente de uma loja de artigos de informática, disse que “todo sábado tem pelo menos cinco furtos de produtos pequenos na loja”. Este é um dos dias de maior movimento, com uma média de 90 pessoas na loja, que conta com um contingente de funcionários para atender as demandas dos clientes. “Se der oportunidade, levam coisas grandes”, disse. Há câmeras de segurança por toda a loja, além de pagar um valor para uma empresa de segurança privada que circula pelo bairro.
Sentimento diferente, porém parecido, tem Kelyane Oliveira, que há sete meses abriu uma loja de jóias e acessórios. Embora não tenha sido vítima de assaltos no bairro, fato que já aconteceu em outras duas lojas que tem na cidade, ela conta que “infelizmente estamos vulneráveis. Não tem polícia a essa hora”, comenta. Ela alegou ainda que a presença da segurança aparece no final da tarde, quando a Guarda Municipal intensifica as ações no bairro. Para a comerciante, a reforma da praça Gentil Ferreira melhorou a segurança a partir deste horário.
O chefe do grupo de ação da Guarda Municipal de Natal, Alexandre Melo, explicou que uma viatura fica 24h por dia na Praça Gentil Ferreira monitorando o comércio da cidade. Dentro da reforma da praça, uma nova base da GMN está prevista para ser entregue em novembro. O valor da obra é de R$ 169,989,82. A reportagem tentou repercutir o andamento da obra com a chefia da GMN e com a Secretaria Municipal de Obras Públicas e infraestrutura de Natal (Semov), mas não conseguiu contato até o fechamento do material.
O Alecrim conta ainda com a 3ª Delegacia de Polícia Civil. Segundo o titular da DP, Júlio Rocha, a maioria dos crimes que aparecem na delegacia são de furtos a roubos até perdas de documentos. A média é de 500 BOs registrados por mês, mas não detalhou a tipificação desses boletins. Apesar do número, ele informa que muitos “não caracterizam nem crime”. São 9 agentes e 1 escrivão para resolver os inquéritos da delegacia.
A Cidade Alta também não fica de fora das ocorrências atendidas de roubo. Até agosto, foram 124, contra 148 no mesmo intervalo de tempo do ano passado. Os furtos apresentam números parecidos: 27 neste ano, contra 29 ano passado.
Aliado a isso, outros 42 policiais que estavam num curso de aperfeiçoamento de sargentos, que estão em fase de estágio, serão distribuídos também pelo Alecrim nas próximas semanas. Essas questões, segundo ele, já estavam previstas também pelo dinheiro que será liberado do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, do Governo Federal.
“No Centro esses pequenos furtos não acontecem com tanta frequência. A viatura consegue visualizar as pessoas. No Alecrim, como é muito condensado, as pessoas próximas, às vezes facilita para os bandidos.”, completou.
“Temos muito descuidistas que entram em loja, que pegam material, furtam dentro das lojas e na rua, abre uma bolsa. Roubo com arma no Alecrim não tem. Teve esse caso do menino que morreu, mas fora isso você não escuta nenhum outro.”, acrescentou.
2018: 73
2019: 62
Roubo:
2018: 274
2019: 228
2018: 29
2019: 27
Roubo
2018: 148
2019: 124