“Por que eles demoram tanto para vir para a área de entrevistas?”. Essa tem sido a pergunta mais frequente na zona mista, como é chamado o local onde os jogadores das seleções que disputam a Copa do Mundo conversam com os jornalistas.
“Eles”, no caso, são os atletas da seleção brasileira. O questionamento é feito por repórteres estrangeiros de todas as partes – Estados Unidos, países da Ásia, europeus – que acompanham a equipe treinada por Tite, inconformados com o tempo de espera. Terminadas as partidas, os atletas têm levado cerca de duas horas até dar as caras no local.
A explicação dada não convence. A demora acontece porque como os jogadores viajavam da cidade em que estavam para o quartel-general em Sochi, horas depois do encerramento da partida, jantam no vestiário antes de falar com a imprensa. “Mas o jantar precisa levar duas horas?”, questionou um israelense.
A demora também incomoda os jornalistas brasileiros, que acabam precisando trabalhar madrugada adentro, pelo horário russo. Eles reclamam, mas esperam firmes pela passagem dos jogadores – muitos se recusam a dar entrevista.
A maioria dos estrangeiros, por outro lado, acaba desistindo. Argumentam que nenhuma seleção demora tanto para aparecer. Há até quem considere uma falta de respeito com o trabalho dos outros.
A assessoria da CBF já prometeu encurtar a espera. Na sexta-feira, após o jogo com a Bélgica, se a seleção se classificar, vai viajar ainda no fim da noite até São Petersburgo, local da semifinal na terça-feira. Já há quem aposte que o tempo ocioso na zona mista vai bater recorde.
ESTADÃO CONTEÚDO