Construtoras que atuam no programa Minha Casa, Minha Vida, especialmente na faixa 1, entraram a semana avisando o Governo Federal que começarão novamente a demitir trabalhadores. A dívida no país inteiro seria de R$ 450 milhões.
Segundo no vice-presidente de mercado imobiliários do Sindicato da Construção no RN (Sinduscon), Marcos Aguiar, no estado apenas três ou quatro obras na faixa 1 ainda estão em andamento em Natal, Região Metropolitana e Mossoró.
“Mesmo assim, são projetos paralisados durante o segundo governo de Dilma Rousseff, que foram retomados no final do ano passado”, explicou.
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Minha Casa, Minha Vida representa dois terços do mercado imobiliário brasileiro. O setor da construção, que chegou a empregar 3,4 milhões de pessoas, hoje emprega 2 milhões.
De acordo com Marcus Aguiar, só no RN, a perda de empregos por conta da crise nos últimos anos já ultrapassou os 50%. “Seguramente desde então mais de 30 mil trabalhadores perderam o sustento no Rio Grande do Norte”, acrescentou.
Para ele, tudo é consequência do contingenciamento de repasses que não será resolvido enquanto não se votar no Congresso a reforma da Previdência.
“É uma questão de meta fiscal que acarreta todo esse problema que, por envolver pequenas e médias empresas sem caixa para segurar os atrasos, acaba assim como estamos vendo”, lembrou.
Desde o início do ano, o Governo Federal liberou R$ 732 milhões para o programa no País e os atrasos em janeiro e fevereiro foram decorrentes de contingenciamentos aos quais o vice-presidente de mercado do Sinduscon RN se referiu.
Ao completar dez anos de existência, o programa Minha Casa, Minha Vida se transformou num importante meio de manutenção de milhares de pequenas e médias construtoras.
Mas, com os atrasos de repasses, a maioria precisou descontinuar as obras, que passaram a ser retomadas em fins do ano passado com as promessas do governo de restabelecer os pagamentos.