Após Dia D, vacinação segue até 31 de agosto

Mais de 100 crianças já haviam se vacinado na primeira uma hora e trinta minutos de campanha do Dia D da Vacinação Contra Poliomielite e Sarampo, neste sábado (18) na Unidade de Saúde da Família (USF) de Felipe Camarão II. A Unidade foi escolhida como sede da abertura do Dia D, para mobilizar e garantir adesão de parte considerável da população para que a meta de vacinar 95% das crianças contra as doenças seja atingida. No Brasil, doenças como o sarampo e a polio, que já haviam sido “esquecidas” na história recente do país, correm o risco de voltar a fazer parte do cotidiano da população em virtude dos baixos índices de vacinação nas crianças.

Durante o Dia D, os postos de saúde ficaram vacinando das 8h às 16h, crianças com idade entre 12 meses e menores de 5 anos. Aquelas que já receberam vacinas anteriormente também podem se vacinar, com exceção daquelas que se imunizaram nos últimos 30 dias. Em Natal, como forma de aumentar a adesão à campanha, que já está acontecendo desde o dia 6 de agosto, a Secretaria Municipal de Saúde montará postos de vacinação em shoppings da capital. A campanha segue até 31 de agosto.

A meta, para a capital, é vacinar 43.475 crianças, o que equivale a 95% do público-alvo. Maria Ilda Felipe, de 51 anos, levou o neto Mário, de 2 anos, para se vacinar. “Lá em casa, mantemos todas as carteiras de vacinação em dia. Acho uma falta de respeito com o resto das pessoas quem deixa de vacinar os filhos, porque é muito rápido, e previne contra doenças muito graves que poderiam ser evitadas”, relata Maria Ilda.

Na USF de Felipe Camarão II, além da campanha, a Unidade estará realizando uma série de ações educativas e oferecendo serviços para ajudar a atrair os pais para vacinar os filhos. “A data do Dia D coincidiu com a do Projeto Mulheres 365, quando fazemos testes rápidos, preventivos, distribuição de preservativos, tudo isso voltado para a saúde da mulher. Estamos trabalhando uma campanha educativa também, e oferecendo serviços como corte de cabelo, para que os pais tragam seus filhos para vacinar e aproveitem também para cuidar da própria saúde”, conta a enfermeira Eliene Félix Ramos, coordenadora da campanha de vacinação no posto.

De acordo com Eliene, a maior movimentação acontece principalmente durante o período da tarde. “Muitas mães trabalham pela manhã, então só tem como trazer os filhos no segundo turno”, explica. Fazer com que os pais assumam também a função de levar os filhos para se vacinar no posto de saúde ainda é um desafio enfrentado pela equipe.

Wilson Luiz, de 35 anos, foi um dos pais que levou a filha Esther, de 3 anos, para se vacinar pela manhã. “Temos que estar muito atentos a essa questão das doenças, e levar a criança pra se vacinar é um papel da família inteira”, afirma o pai. De acordo com ele, Esther já tomou todas as vacinas obrigatórias para sua idade, e a família faz questão de levar para o reforço durante as campanhas de vacinação. “É um esforço mínimo para evitar algo que pode ser gigantesco, como uma paralisia cerebral, por exemplo”, completa.

Vacinação é específica para crianças entre 12 meses e cinco anos

Balanço
A primeira semana foi, até o momento, a que mais contou com adesão, ao menos na USF de Felipe Camarão II. Nacionalmente, no entanto, o Ministério da Saúde avalia, até o momento, uma baixa adesão à campanha de vacinação, com apenas 16% do público-alvo atingido. Na USF, foram cerca de 570 crianças vacinadas na primeira semana. Nas primeiras horas do Dia D, cerca de 100 já haviam passado pelo posto. “Nossa meta é chegar a pelo menos metade do que conseguimos na primeira semana hoje. O movimento está muito bom, as pessoas estão se mobilizando para vir”, afirma Eliene.

Enquanto aguardam na fila para a vacinação, os pais recebem palestras educativas de profissionais da área da saúde sobre temas como amamentação, gestação e a própria importância das vacinas. “A campanha pode ser não apenas fundamental para imunizar, mas também uma boa oportunidade para educar para a prevenção”, completa a enfermeira.

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