O jornalista e apresentador William Waack comentou em seu canal no YouTube o episódio ocorrido na sabatina da Globo News com o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, na sexta-feira à noite, em que a também jornalista Miriam Leitão expressou o posicionamento da Rede Globo sobre a Ditadura Militar.
Waack, que trabalhou por duas décadas na Rede Globo, começa o vídeo afirmando: “Pessoal, vocês já pensaram eu terminar uma edição do ‘Painel WW’ com os meus convidados ainda sentados ali e eu falo assim: ‘Aguenta mais um pouquinho… um momento… Eu queria dizer… em relação ao que o convidado acabou de dizer… Abre aspa… Que é fato… Fecha aspas’. Gente, eu não sei como vocês adjetivam isso. Cada um evidentemente adjetiva como quiser. Mas eu quero dar um recado para vocês”. Ele imita a postura que Miriam Leitão teve no programa ao vivo.
“Eu lembro da minha primeira frase no primeiro minuto do primeiro programa. Eu não tenho chefe no ponto. Eu falo as coisas pela minha consciência. As pessoas concordam, discordam, aplaudem, xingam, mas eu queria deixar um recado. Fiquem tranquilos: tudo que eu falo é por mim. Eu não tenho chefe no ponto”, conclui Waack.
Durante a sabatina, Bolsonaro lembrou do apoio ao regime militar dado pelo grupo Globo, algo que foi reconhecido em editorial publicado em 1984 pelo jornal O Globo. Ao fim do programa, Miriam Leitão, que fez a mediação da entrevista, interrompe os convidados para falar sobre o posicionamento atualizado da organização. Ela diz que o grupo Globo reconheceu em editorial de 2013 que o apoio ao regime militar foi um erro.
O conteúdo, provavelmente ditado no ponto eletrônico usado pela apresentadora, fez com que a fluidez da locução de Miriam destoasse do tom habitual das emissoras de televisão. A fala da jornalista, repleta de pausas e com a voz trêmula em alguns momentos, tomou as redes sociais desde a noite de sexta-feira.
Waack foi demitido da Rede Globo no fim de 2017, depois do vazamento de um vídeo de bastidor em que ele faz comentários de cunho racista com um colega em Washington, na cobertura da eleição americana de 2016.