O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira (26) que retirará o país de um acordo internacional de comércio de armas assinado em 2013 pelo então presidente Barack Obama, mas nunca ratificado pelo Senado do país.
A NRA (Associação Nacional do Rifle, o lobby pró-armas americano) se opõe ao Tratado do Comércio de Armas. Os lobistas argumentam que o acordo prejudicaria o direito à comercialização de armas domésticas no país. A NRA gastou US$ 30,3 milhões em apoio à campanha presidencial de Trump em 2016.
O tratado regula o comércio de tanques de guerra, veículos blindados de combate, aviões, helicópteros de ataque, mísseis e armas menores.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, chamou o acordo de “uma conquista marcante nos esforços para garantir a responsabilidade nas transferências internacionais de armas”. Autoridades da ONU disseram que não sabiam que Trump planejava revogar a assinatura dos EUA.
A ação de Trump foi repreendida por grupos de direitos humanos. “O presidente Trump está mandando uma mensagem clara para os civis pegos em fogos cruzados: nós não nos importamos. É um passo errado para desmontar parcerias internacionais que nos mantêm seguros”, disse a Oxfam América.
A Assembleia Geral da ONU, com 193 países, aprovou o pacto em abril de 2013 e os EUA, o maior exportador de armas do mundo, votaram a seu favor.
Até agora, 101 países aderiram formalmente ao acordo. Outros 29, incluindo os Estados Unidos, assinaram, mas não aderiram formalmente.
Durante o anúncio, Trump estava com o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, defensor da retirada dos EUA de tratados internacionais por temer que eles possam minar a autoridade americana.
Desde sua eleição Trump defende o direito ao armamento, posição que ressoa bem com sua base política.