O presidente Jair Bolsonaro colocou flores no Hall da Memória do Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Jerusalém, nesta terça-feira (2). O museu lembra a morte de 6 milhões de judeus no período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Aquele que esquece o seu passado está condenado a não ter futuro”, disse o presidente, depois de visitar a exposição de fotos “Flashes of Memory” e assinar o livro de honra.
Bolsonaro afirmou também que o museu é um “local onde fazemos um exame de consciência” e terminou sua declaração com uma frase de apoio ao país: “Eu amo Israel”.
Em cerimônia tradicional, ele reavivou a chamada Chama Eterna e logo depois prestou continência, gesto que repetiu diversas vezes durante a viagem.
Na sequência, assistiu a uma apresentação musical feita por um coro de meninas e colocou uma coroa de gérberas num túmulo que simboliza os mortos. Por fim, foi cantada uma oração judaica.
Depois, o presidente inaugurou uma placa em nome do Brasil e plantou uma muda de oliveira no Bosque das Nações —mesmo local onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva plantou uma árvore em 2010, quando visitou Israel.
Indagado por jornalistas se o escritório de negócios que será aberto em Jerusalém terá também uma representação diplomática, Bolsonaro respondeu apenas que “um grande casamento começa com um namoro e um noivado”. “Estamos no caminho certo, no meu entender.”
O presidente prometeu na campanha eleitoral transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Durante a viagem a Israel, no entanto, ele anunciou apenas a abertura de um escritório de negócios na cidade, disputada por palestinos e israelenses.
O anúncio irritou palestinos, que chamaram o embaixador no Brasil para consultas e articulam medidas com outros países árabes como resposta à decisão.
Bolsonaro também voltou a criticar a relação entre Brasil e Israel durante as gestões de Lula e de Dilma Rousseff.
“Passamos momentos difíceis, dois governos de esquerda, o último inclusive não aceitou as credenciais do embaixador indicado por Israel. Logicamente fiquei muito constrangido naquela época”, disse.
Em 2015, Dilma se recusou a aceitar as credenciais do indicado de Israel, Dani Dayan, ex-líder de um grupo de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, porque o Brasil, assim como a maior parte da comunidade internacional, considera ilegais os assentamentos israelenses na Cisjordânia.
Segundo Bolsonaro, a relação entre os dois países agora vai melhorar. “Aqui em Israel nós nos complementamos. Nossas commodities e a tecnologia daqui, nós temos tudo para sermos maiores do que somos”, afirmou.
Um grupo de cinco manifestantes tentou protestar contra o desmatamento da Amazônia, mas foi retirado pela polícia.
Bolsonaro fica em Israel até a manhã de quarta-feira (3). Ele antecipou seu retorno ao Brasil e cancelou uma visita que faria a uma cidade próxima a Jerusalém, onde se encontraria com 250 brasileiros que vivem no país.