O Procon-SP anunciou nesta segunda-feira (11) que vai pedir a suspensão imediata dos voos de todos os aviões Boeing modelo 737 MAX 8 que fazem parte da frota da Gol.
O modelo é o mesmo do avião da Ethiopian Airlines que caiu neste domingo (10) minutos depois de decolar de Addis Ababa com destino a Nairóbi e matou 157 pessoas. Um avião de modelo idêntico, operado pela Lion Air, caiu na costa da Indonésia em outubro, matando 189 pessoas.
Após a coincidência entre os dois acidentes, o regulador da indústria de aviação da China (CAA) proibiu nesta segunda-feira voos de quase cem aeronaves Boeing 737 MAX 8 operados pelas companhias aéreas na China. Autoridades da Indonésia fizeram o mesmo.
A Gol, no entanto, afirmou nesta segunda-feira que ainda mantém sete aviões Boeing 737 MAX 8 em rotas internacionais, levando a queda das ações da empresa.
O Procon-SP afirma que o pedido para que a GOL suspenda os voos visa prevenir a ocorrência de futuros acidentes, evitando colocar em risco a vida dos usuários do transporte aéreo.
“Considerando que a segurança é um direito fundamental do consumidor, a Fundação Procon-SP, vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, notificará hoje a Gol Linhas Aéreas para que suspenda imediatamente a operação de todas as aeronaves da Boeing modelo 737 MAX 8, em razão da ocorrência de acidentes de perfil semelhante em curto espaço de tempo”, disse o Procon em comunicado.
A medida do Procon é questionada no setor de aviação.
“Embora a preocupação do Procon seja compreensível, neste momento é difícil imaginar que o órgão tenha qualquer base técnica para essa recomendação. Boeing e Gol têm muito mais condições de tomar essa decisão, e certamente têm toda a preocupação do mundo com a segurança dos voos”, afirma Guilherme Amaral, sócio do escritório ASBZ e especialista em direito aeronáutico.
Procurada para comentar a recomendação do Procon, a Gol não se manifestou até a publicação desta reportagem.