O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, anunciou nesta segunda-feira (18) que o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno (PSL).
Primeiro ministro a deixar o governo, Bebianno despachava do Palácio do Planalto e foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro no ano passado.
A crise também envolve Gustavo Bebianno e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), um dos filhos do presidente da República – leia detalhes mais abaixo.
Há pouco mais de uma semana, o jornal “Folha de S.Paulo” informou que o PSL, quando Bebianno presidia o partido, repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco. Segundo o jornal, o repasse foi feito quatro dias antes das eleições, e ela recebeu 274 votos.
Bebianno nega irregularidades, afirmando que não foi o responsável por escolher as candidatas que receberam dinheiro do partido. Isso porque, segundo ele, a decisão coube aos diretórios locais.
De acordo com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a Polícia Federal investigará as suspeitas envolvendo o repasse do PSL.
Bebianno diz que a tendência é ser exonerado do cargo
Crise com filho de Bolsonaro
No último dia 12, após a reportagem da “Folha”, Bebianno negou em entrevista ao jornal “O Globo” que fosse o pivô de uma crise dentro do governo e acrescentou que, somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes. Na ocasião, Bolsonaro ainda estava internado em razão de uma cirurgia.
Após a publicação da entrevista, um dos filhos de Bolsonaro, Carlos, usou uma rede social para dizer que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente.
Carlos, e depois o próprio Bolsonaro, chegaram a divulgar um áudio no qual, segundo eles, o presidente diz a Bebianno que não podia falar com o então ministro.
Bebianno era considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro. Ele foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do presidente, costurou o acordo que levou Bolsonaro ao PSL e presidiu a legenda durante a corrida eleitoral de 2018.
Após a eleição, Bebianno deixou o posto e foi escolhido para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, um dos ministérios com gabinete no Palácio do Planalto.
Demissão de Gustavo Bebianno já é dada como certa
Espaço e influência
Bebianno e Carlos mantiveram relação conturbada desde a vitória eleitoral de Bolsonaro, em busca de espaço e influência dentro do governo. O filho do presidente costumava criticar o aliado do pai nas redes sociais.
Na composição dos ministérios, Bebianno perdeu força, já que a Secretaria-Geral foi esvaziada por Bolsonaro.
A pasta perdeu o controle da Secretaria de Comunicação da Presidência e do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que lida com concessões e privatizações. As duas áreas foram absorvidas pela Secretaria de Governo, comandada por Carlos Alberto dos Santos Cruz, general da reserva do Exército.
G1