O dólar comercial operava em alta de mais de 1% hoje e a Bolsa brasileira caía, refletindo a cautela dos investidores depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou o general Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da Petrobras, em meio a temores de interferência.
Por volta das 12h10 (de Brasília), a moeda norte-americana subia 1,75%, a R$ 5,480 na venda. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Na sexta-feira (19), o dólar caiu 1,02%, fechando a R$ 5,385 na venda.
Já o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, operava em forte queda. No mesmo horário, o índice tinha desvalorização de 4,93%, a 112.591,06 pontos. Na sexta-feira (19), o índice caiu 0,64% aos 118.430,53 pontos. Na semana passada, acumulou queda de 0,84%.
Ações da Petrobras chegam a cair 19%
Também por volta das 12h10, os papéis preferenciais da Petrobras, com prioridade na distribuição de dividendos, operavam em queda de 19,58%, enquanto as ações ordinárias da Petrobras, com direito a voto em assembleia, tinham perda de 19,56%.
Troca de comando
Bolsonaro confirmou na sexta-feira os rumores de que trocaria o comando da Petrobras. Em post publicado em suas redes sociais, ele comunicou a indicação do general Joaquim Silva e Luna para substituir o atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco.
A escolha do governo, porém, precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras, e a companhia informou, após o anúncio feito por Bolsonaro, que o mandato de Castello Branco se encerra no dia 20 de março.
Silva e Luna era diretor-geral da Itaipu Binacional e já foi ministro da Defesa durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2018.
No sábado, Bolsonaro também disse que vai “meter o dedo na energia elétrica”, e que, “se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais”.
Privatização
Hoje, o general Joaquim Silva e Luna disse que não discutiu e não tem uma opinião sobre uma eventual privatização da companhia.
“Não conversei em nenhum momento (com o governo sobre o assunto)… então não me considero em condições de fazer nenhum juízo de valor”, afirmou ele, durante entrevista à Rádio Bandeirantes.
(Com Reuters)