Marcas tiram anúncios do YouTube após polêmica sobre crianças

Diversas empresas, entre as quais a Nestlé e a Epic Games, produtora do jogo “Fortnite”, suspenderam sua publicidade no YouTube na quarta-feira (20), depois da veiculação de uma reportagem que documentou a presença de conteúdo que explora crianças sexualmente, no serviço de vídeo.

A retirada dos anúncios surgiu depois que Matt Watson, que mantém um blog no site, publicou um vídeo no YouTube em que mostrava comentários inapropriados de usuários sobre filmes estrelados por meninas menores de idade; em alguns, ele identificava exatamente os segmentos nos quais crianças apareciam em posições comprometedoras.

O vídeo, que recebera 1,7 milhão de visitas até a tarde da quarta-feira, também afirmava que o algoritmo de recomendação do YouTube conduzia usuários que assistissem aos vídeos a conteúdos semelhantes.

O McDonald’s, uma das diversas marcas que tiveram anúncios relacionados a conteúdos reprováveis, suspendeu sua publicidade no YouTube, segundo uma pessoa informada sobre o assunto. A empresa não se pronunciou.

“Por meio de nossa agência de publicidade, contatamos o Google/YouTube para determinar que providências eles tomarão para eliminar esse tipo de conteúdo”,disse um porta-voz da Epic Games, que suspendeu os anúncios que veiculava em vídeos do YouTube.

Uma porta-voz do YouTube disse que o site respondeu imediatamente, quando os vídeos foram denunciados, removendo comentários que violam suas normas, bem como as contas e os canais responsáveis. As normas da empresa proíbem conteúdo ou comentários de usuários que sexualizem ou explorem crianças.

Executivos do Google, a unidade do grupo Alphabet que controla o YouTube, buscaram aliviar as preocupações ao delinear as medidas tomadas pela empresa para resolver os problemas de segurança de marca que vêm afligindo a plataforma.

Os gastos com publicidade exibida nos vídeos denunciados foram de menos de US$ 8.000 nos últimos 60 dias, de acordo com a porta-voz do YouTube. Ela se recusou a dizer que empresas haviam realizado essas compras de anúncios, mas informou que o dinheiro delas seria restituído.

Ainda que o impacto financeiro seja limitado, os compradores de anúncios apontaram que a preocupação maior é o dano à reputação que uma marca pode sofrer caso se veja associada a esse tipo de conteúdo.

Todas as companhias do grupo Nestlé nos EUA suspenderam a publicidade no YouTube, anunciou uma porta-voz da empresa.

A Fairlife, empresa de laticínios na qual a Coca-Cola detém participação, suspendeu sua publicidade no YouTube depois de descobrir que seus anúncios haviam sido postados junto aos vídeos denunciados, disse uma porta-voz.

Traduzido do inglês por Paulo Migliacci

THE WALL STREET JOURNAL
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