A Copa do Mundo acabou para o Brasil após a derrota por 2 a 1 para a Bélgica nas quartas de final. E, após passar em branco pelo quinto jogo seguido como titular, Gabriel Jesus se despediu do torneio com uma marca incômoda: foi o pior desempenho de um centroavante titular brasileiro na história do torneio.
Não foi a primeira vez que o nome da posição deixou uma Copa sem marcar: Alcindo, em 1966, e Mirandinha, em 1974, também não fizeram gols. Mas os “camisas 9” das outras ocasiões disputaram apenas duas partidas, contra as cinco de Jesus na edição da Rússia. Firmino, o reserva, deixou sua marca na vitória contra o México.
Vale lembrar que, em algumas edições, o Brasil teve mais de um jogador da posição atuando em seu time titular. Por outro lado, em alguns momentos, jogou sem um centroavante de origem. Para a pesquisa, contabilizamos o principal homem de referência de cada ano. Veja o desempenho de todos:
- 1930: Preguinho – 3 gols em 2
- 1934: Leônidas da Silva – 1 gol em 1 jogo
- 1938: Leônidas da Silva – 7 gols em 4 jogos
- 1950: Ademir Menezes – 9 gols em 6 jogos
- 1954: Baltazar – 1 gol em 2 jogos
- 1958: Vavá – 5 gols em 4 jogos
- 1962: Vavá – 4 gols em 6 jogos
- 1966: Alcindo – 0 gol em 2 jogos
- 1970: Tostão – 2 gols em 6 jogos
- 1974: Mirandinha – 0 gol em 2 jogos
- 1978: Roberto Dinamite – 3 gols em 5 jogos
- 1982: Serginho Chulapa – 2 gols em 5 jogos
- 1986: Careca – 5 gols em 5 jogos
- 1990: Careca – 2 gols em 4 jogos
- 1994: Romário – 5 gols em 7 jogos
- 1998: Ronaldo – 4 gols em 7 jogos
- 2002: Ronaldo – 8 gols em 7 jogos
- 2006: Ronaldo – 3 gols em 5 jogos
- 2010: Luis Fabiano – 3 gols em 5 jogos
- 2014: Fred – 1 gol em 6 jogos
- 2018: Gabriel Jesus – 0 gol em 5 jogos
Antes da Copa, o atacante do Manchester City tinha 10 gols em 17 jogos pela Seleção. Na Rússia, no entanto, não balançou as redes e acabou se destacando pelo empenho na marcação. Em entrevista após a vitória contra os mexicanos nas oitavas, Gabriel Jesus pontuou que nunca foi goleador por onde passou.
– Eu aceitei numa boa (cair pelo lado e ajudar na marcação) porque é uma posição que eu gosto de jogar. Acredito que sou mais ponta do que centroavante – disse na ocasião.
Após a eliminação, o camisa 9 de 2018 reconheceu o desempenho ruim.
– Coloquei tanta expectativa em cima de mim, não foi como esperava individualmente, mas que sirva de aprendizado para continuar trabalhando. Nada foi fácil, nada é fácil nessa vida. Continuar trabalhando, querendo evoluir sempre.
Globo Esporte