Exército da Venezuela entra em confronto com manifestantes na fronteira com o Brasil

O exército venezuelano e manifestantes voltaram a entrar em confronto na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em Pacaraima (RR), na tarde deste domingo (24). Os manifestantes jogaram pedras contra a Guarda Nacional Bolivariana, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos três delas atingiram o território brasileiro. Pouco depois, a Força Nacional do Brasil fez uma barreira de contenção para impedir o avanço dos manifestantes e interromper o confronto.

Neste domingo, militares brasileiros no local, ainda dentro do território brasileiro, orientaram os venezuelanos a sair da área de confronto. Por volta das 14h50, dois veículos da Força Nacional e homens da Polícia Rodoviária Federal chegaram à fronteira. Foi a primeira vez que a Força Nacional foi acionada desde o fechamento da fronteira.

Pouco depois, a Força Nacional fez a barreira de contenção a cerca de 50 metros da fronteira com a Venezuela. Depois do estabelecimento desta contenção, os blindados venezuelanos recuaram.

Segundo o coronel do Exército brasileiro José Jacaúna, a contenção deve permanecer no local até que a tensão acabe. Ele reforçou que essa barreira não significa que a fronteira foi fechada pelo Brasil. “A contenção é para evitar confrontos e assim garantir a integridade física de todo mundo que está aqui”, afirmou o coronel.

Veículos da Força Nacional brasileira chegam à fronteira com a Venezuela — Foto: Alan Chaves/G1

Veículos da Força Nacional brasileira chegam à fronteira com a Venezuela — Foto: Alan Chaves/G1

Antes do conflito deste domingo, a Guarda Nacional Bolivariana foi reforçada com duas linhas de defesa e veículos blindados.

Pouco antes do embate, os venezuelanos tentaram atear fogo em pneus e gritaram palavras de ordem contra o governo Maduro. “Não disparem contra o povo venezuelano que quer a libertação de seu país!” gritou uma manifestante. A Guarda Nacional se aproximou do território brasileiro, e o confronto começou posteriormente.

Venezuelanos protestam na fronteira com o Brasil em Pacaraima (RR), neste domingo (24). — Foto: Alan Chaves/G1

Venezuelanos protestam na fronteira com o Brasil em Pacaraima (RR), neste domingo (24). — Foto: Alan Chaves/G1

Ambulância com feridos

Durante os protestos dos venezuelanos, uma ambulância com três feridos por arma de fogo vinda da Venezuela entrou em território brasileiro (veja vídeo). As pessoas transportadas não tinham relação com o confronto que ocorreu pouco depois entre o exército da Venezuela e os manifestantes.

Ambulância com três feridos a bala entra em território brasileiro por Pacaraima (RR) no começo da tarde deste domingo (24). — Foto: Emily Costa/G1

Ambulância com três feridos a bala entra em território brasileiro por Pacaraima (RR) no começo da tarde deste domingo (24). — Foto: Emily Costa/G1

Confrontos no sábado

O primeiro conflito ocorreu na tarde deste sábado (23), quando uma base do exército da Venezuela foi atacada por venezuelanos na fronteira com o Brasil. Os militares venezuelanos reagiram com bombas de gás lacrimogêneo. Imagens mostram uma caminhonete da Guarda Nacional Bolivariana incendiada depois do tumulto.

Um representante do Exército brasileiro disse que os militares venezuelanos também efetuaram disparos com armas de fogo contra os manifestantes em solo brasileiro. “Nunca vi exército de outro país jogar bomba de gás no Brasil“, afirmou o coronel José Jacaúna.

Espaço da guarda venezuelana é incendiado com coquetel molotov na fronteira — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Espaço da guarda venezuelana é incendiado com coquetel molotov na fronteira — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Conflitos também foram registrados na fronteira da Colômbia com a Venezuela e 285 ficaram feridas e dois caminhões com ajuda humanitária foram incendiados, segundo o governo colombiano.

Pacaraima é a cidade brasileira escolhida pela oposição ao chavismo liderada por Juan Guaidó como ponto de coleta para ajuda humanitária. Os carregamentos de comida, remédios e itens de higiene deveriam chegar neste sábado, para ingressar na Venezuela, mas o regime de Nicolás Maduro fechou a fronteira. Venezuelanos protestaram contra a medida ao longo do dia.

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