Um dia depois do presidente Jair Bolsonaro anunciar que norte-americanos não precisam mais de visto para fazer turismo no Brasil, uma recomendação da diplomacia dos Estados Unidos tem causado polêmica. O órgão listou cinco atitudes que os seus cidadãos não devem tomar enquanto estiverem em solo brasileiro. Desses, dois se referem ao Recife: não usar ônibus público na capital pernambucana e não ir à Praia do Pina durante a noite, no trecho que compreende Brasília Teimosa a Avenida Dona Benvinda de Farias, em Boa Viagem. Os EUA justificam que nestes locais e dentro dos coletivos há a ocorrência de crimes.
De acordo com a publicação, que foi atualizada em 6 de fevereiro deste ano, as estatísticas indicam que as pessoas enfrentam um risco elevado de assalto ao usar ônibus. O documento diz que o norte-americano deve evitar o uso a qualquer hora. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), de janeiro a fevereiro deste ano foram registrados 44 assaltos a ônibus. Na Região Metropolitana do Recife o número salta para 61. No interior, houve um roubo registrado.
Outras recomendações é não viajar para áreas de fronteira do Brasil com a Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana, Paraguai e Suriname nem visitar comunidades ou regiões conhecidas como cidades satélites de Brasília, como Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá. A embaixada norte-americana pede ainda aos seus cidadãos que não usem relógios caros ou joias, não usem caixas eletrônicos em locais com pouca luz ou remotos, evitem andar nas praias depois que escurecer e que não resistam fisicamente a qualquer tentativa de roubo.
As novas regras anunciadas pelo presidente durante viagem aos EUA também valem também para australianos, japoneses e canadenses. As normas serão aplicadas para quem ficar por até 90 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, desde que não ultrapassem 180 dias a cada 12 meses. A dispensa de visto, conforme disposto no decreto, passará a valer a partir de 17 de junho.