Eles dão tudo de si para nos manter vivos. Eles estão cansados.Respeitem esses profissionais

Em todo o mundo, eles lutam para salvar vidas – luta que, muitas vezes, os entristece porque se faz vã. Eles dão tudo de si para nos manter vivos. Eles estão cansados. O vírus e a morte não desistem! Eles, aqui retratados, também não!

Os profissionais retratados nesse ensaio trazem à flor da pele a antiflor do medo da morte. Da morte deles? Não muito, caso contrário não estariam na linha de frente de combate ao coronavírus. Eles trazem, isso sim, o medo da nossa morte. Primeiro, porque a razão de suas existências é nos manter com vida; segundo, porque, na maioria das vezes, são os seus rostos que os graves pacientes da Covid-19 veem pela primeira vez e, ao mesmo tempo, veem pela derradeira vez – desconhecidos rostos que se tornam brevemente conhecidos antes da indução ao coma, antes da intubação, antes da eventual viagem definitiva. Eles são médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, auxiliares de enfermagem e demais profissionais. Na hora da partida daqueles que o invisível inimigo carregou, eles se tornaram, tudo misturado no mesmo instante, familiares, amigos, amigas, lembranças, desespero, resiliência, revolta, aceitação – se tornam fisionomias que vão se desfocando conforme a medicação avança no corpo para o ingresso no coma, conforme o coma avança no corpo para a necessária e antiestética intubação. Esse momento exaure o mais experiente dos profissionais. Eles dão tudo de si! Eles estão cansados! Respeitem esses profissionais! Pelos hospitais em todo o mundo, o que se vê é um extenuante drama, a planetária antessala da antiflor citada acima – e, ressalte-se, muitos desses profissonais sequer contam com os aparatos de proteção. No Brasil, por exemplo, segundo o Ministério da Saúde, 199.768 profissionais estavam sob suspeição de contaminação até 13 de maio. Confirmados na infecção somavam 31.790 casos. Mortos já encostavam na casa dos 60. E o coronavírus matou mais enfermeiros aqui que nos EUA, país no qual ele se fez uma metralhadora giratória. Motivo: médicos anjos da guarda e anjos da guarda da enfermagem ganham muito pouco no País, e por isso se expõem trabalhando em mais de um lugar.

CONTAMINAÇÃO Em todo o mundo, eles atuam além do limite da dedicação humana. E, de cuidadores, se tornam doentes. No Brasil, até 13 de maio, 199.768 profissionais da saúde estavam com suspeita de Covid-19. A confirmação de infecção contava 31.790 casos

De volta ao nosso ensaio fotográfico, é muito batida a expressão “uma imagem fala mais que mil palavras”. Com a Covid-19 é como se essa frase fosse recém-nascida. Paradoxalmente, recém-nascida para o estresse da morte.

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About the Author: Terra Potiguar

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