
O estudo da Mobills foi feito a partir da análise de dados de 160 mil usuários de aplicativos de entregas focados no delivery de comida. De acordo com a startup, o crescimento é quase o dobro do registrado entre os meses de janeiro e maio de 2019. “Eles foram ficando cada vez mais fortes a partir do ano de 2018, porque são um instrumento extremamente valioso para os restaurantes, mas também foram impondo regras cada vez mais severas. Começaram a atuar como intermediários, mas se oferecendo enquanto serviço”, diz Artur Fontes, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no RN.
De acordo com o presidente, os aplicativos são ferramentas positivas principalmente para o pequeno negócio, que pode começar a ter uma demanda maior a partir das plataformas. Entretanto, aliado ao aumento da demanda, ele explica que vem também uma dependência direta da plataforma para existir.
“Para o pequeno comércio, tem um lado muito bom porque você começa a fazer o serviço de delivery sem praticamente nenhum investimento. É uma forma muito prática de se começar o que, por outro lado, também acaba estimulando a informalidade e uma dependência gravíssima desse comércio dos aplicativos”, explica.
Outro ponto ressaltado pelo representante foi que as relações com os clientes foram se tornando cada vez mais dependentes da plataforma, que em alguns casos só permitem o contato a partir de seus intermediários. “Os aplicativos ao longo do tempo foram criando ferramentas para minar essa relação do cliente com o restaurante. No Ifood, por exemplo, criou-se uma dificuldade a partir do momento que nós não pudemos mais ter acesso ao telefone do cliente, então o contato ficou cada vez mais difícil e burocrático”, afirma.