Um bombeiro militar do Quartel Central que, na manhã desta terça-feira, participa do rescaldo do incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, disse ter achado na segunda-feira um crânio que pode ser de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas. O militar, que não quis se identificar, contou que estava junto de seu colega Rafael Luz, do Quartel de Copacabana, voluntário na tentativa de combate às chamas, quando sofreu uma queimadura numa das mãos ao abrir um armário e encontrar um ferro incandescente. Foi nesse momento, segundo ele, que encontrou o crânio. No entanto, a arqueóloga Cláudia Rodrigues, uma das diretoras do museu, preferiu prudência e afirmou que serão necessárias análises técnicas intensas para confirmação.
Todas as peças resgatadas por voluntários bombeiros e demais pessoas que acompanham o rescaldo estão sendo acauteladas em dois locais na Quinta da Boa Vista: no anexo do museu, o Departamento de Vertebrados Alípio de Miranda Ribeiro, e em laboratórios de outros departamentos em setores do Horto Botânico, que fica na Quinta da Boa Vista e foram construídos na década de 1990.
– Esses laboratórios foram construídos durante uma grave crise econômica na década de 1990 quando interrompemos exposição das obras. As peças recuperadas estão guardadas nestes locais e serão analisadas com muito cuidado posteriormente por pessoas técnicas especializadas – disse o biólogo Paulo Buckup.