Apresentadora negra do ‘Vídeo Show’ aponta racismo em sua demissão

Chibatadas contemporâneas

Alline Prado, primeira e única apresentadora negra do ‘Vídeo Show’, da Globo, fez uma postagem em que falou sobre sua demissão, no ano passado. De acordo com ela, a Globo teria justificado que precisaria de uma pessoa “mais neutra”. “Não nos deixam ocupar a casa grande, por mais qualificados que sejamos”, desabafou.

Já tem quase 3 mil curtidas a postagem desta quinta-feira (19) no Instagram de Alline Prado, ex-apresentadora do ‘Vídeo Show’, da Globo, falando sobre sua demissão.

Nesta semana o tradicional vespertino mudou de formato mas desde o final do ano passado que Alline, primeira e única mulher negra a apresentar o programa, deixou a equipe de apresentadores. Na rede social, a jovem resolveu desabafar e contar detalhes sobre sua demissão que, para ela, foi motivada pelo racismo.

Seu desabafo começou como resposta à postagem de uma internauta, que questionou a falta de diversidade do programa. Alline, então, revelou que a Globo a demitiu sob a justificativa de que precisavam de alguém “mais neutro” para a bancada e que precisavam “enxugar” a equipe – o que não aconteceu já que, atualmente, o grupo de apresentadores é maior que o de sua época.

“Apesar de ser a primeira negra a sentar na bancada do programa, fui demitida sob a justificativa de que, apesar de gostarem muito do meu trabalho, precisavam de alguém mais ‘neutro’ (sic) do que eu. E como estavam passando por uma crise, eles precisavam enxugar o quadro de repórteres (que depois da minha saída aumentou). Nunca falei disso publicamente, mas me dói demais ver isso acontecer. São as chibatadas contemporâneas. Não nos deixam ocupar a sala da casa grande, por mais qualificados que sejamos”, escreveu.

Através desta resposta à seguidora, Alline fez uma nova postagem em que reafirmou o caráter racista de sua demissão.”Não é nada contra as meninas do Vídeo Show. Inclusive as sigo e sou fã delas. É contra a colonização do nosso imaginário. Só podemos aparecer na TVse for em situação de  subserviência e sofrimento. E sempre como cota. É contra acharmos que não existe racismo. Que tudo isso é mimimi. Enquanto os não negros cruzarem os braços e fecharem seus olhos para isso, continuaremos a ser amordaçados, chicoteados, invizibilizados e mortos. Precisamos de aliados nessa luta. Precisamos de você!”, desabafou.

A Globo ainda não se pronunciou sobre as declarações de Alline.

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