O que poderia ter representado o fim da linha para uma vendedora de lanches em São Paulo se transformou em um recomeço. Inês Silva teve o veículo que usava para vender as delícias atingido por uma árvore na região da Avenida Paulista durante um temporal em maio de 2017.
A vendedora, que começou o negócio após ficar desempregada, teve a ajuda de alunos de uma faculdade que fica em frente ao ponto onde ela comercializa os sanduíches para comprar um novo veículo e manter sua fonte de renda. A história foi mostrada no Globo Repórter.
“Deus não fez só um milagre na minha vida, né? Ele salvou a minha vida porque eu sai do carro sem nenhum arranhão e mandou vocês, meus anjos, que vieram me socorrer”, conta Inês.
Árvore que caiu na rua Itapeva atingiu o carro de Inês (veículo à esquerda ao lado do táxi) — Foto: Reprodução/TV Globo
Os anjos são estudantes que se acostumaram a ver a ‘tia Inês’ vendendo os lanches na porta da faculdade. Quando souberam o que tinha acontecido, se uniram pra ajudar. Fizeram uma vaquinha virtual.
“Em cinco dias a gente conseguiu quase R$ 6 mil. Professores, alunos, todo mundo doando pra ajudar a dona Inês”, relembrou Luiza Araújo, estudante de Direito. A quantia foi suficiente para comprar um carro do mesmo modelo ao que a vendedora havia perdido.
Retomada
Inês atende seus clientes perto da Avenida Paulista — Foto: Reprodução/TV Globo
E o ‘kit sanduíche’ funciona no porta-malas do carro. O X-calabresa sai turbinado com mil tentações. Mas o queridinho da turma é o cachorro-quente. “Você acha que a minha chapeirinha é pequenininha, né? Mas ela é um monstro, sabia?”, valoriza Inês.
Inês afirma que fez o curso recomendado pela Vigilância Sanitária e toma todos os cuidados higiênicos, além de ter a autorização da prefeitura para trabalhar no local de segunda a sexta-feira. Ela chega antes da hora do almoço e só vai embora quando escurece.
Inês faz segredo de quantos vende por dia. “Um dia cobre o outro, mas graças a Deus está dando pra pagar a minha conta, colocar comida na mesa. A gente tem que agarrar as oportunidades, né? O brasileiro tem uma coisa bonita, ele é guerreiro, ele é forte, ele arregaça a manga, vai atrás. Faz pão em casa, faz bolo e vai vender porque se a gente esperar pelos nossos governo. Não tinha emprego, eu ia fazer o quê? Trabalhar pra mim”.
G1