Aeroportos nordestinos vão à leilão nesta sexta sob protestos em Recife

O Aeroporto de Recife, com 215 voos diários e um movimento de 8,3 milhões de passageiros/ano, é a joia da coroa de um bloco de outros cinco aeroportos do Nordeste que irão à leilão nesta sexta-feira, 15.

A empresa ou consórcio de empresas vencedora terá que arrematar o pacote completo, inclusive os terminais menos rentáveis, para conquistar a administração de todos os terminais pelos próximos 30 anos.

Dos aeroportos que vão à leilão (Juazeiro do Norte (CE); João Pessoa (PB); Campina Grande (PB); Maceió (AL) Aracaju (SE), o de Recife ostenta um movimento muito superior aos demais, o que vem provocando reações na capital pernambucana.

O Aloizio Alves, de São Gonçalo do Amarante, por ser o primeiro aeroporto privado do país, não entrou na relação.

O terminal de Recife supera muito os demais, entre eles o de Maceió, o segundo com mais frequência de passageiros, com 2,1 milhões/ano e de João Pessoa, que vem bem atrás com 1,4 milhão de passageiros/ano. Além disso, Recife opera 52 destinos, sendo 40 domésticos e 12 internacionais, seguido pelo de Maceió, com apenas 11 rotas nacionais e uma internacional.

Os descontentes com a privatização alegam, entre outras coisas, que o terminal pernambucano é também o que mais gera empregos, com 206 trabalhadores e no ano passado fechou com lucro de R$ 130 milhões.

Ouvido pelo Diário de Pernambuco, o diretor estadual do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Leonardo Félix, afirmou que o aeroporto do Recife é um dos dez melhores do mundo em serviços e segurança operacional. Mas ele teme que os padrões diminuam depois da privatização.

“Em Fortaleza, um veículo entrou na pista. Exemplos como esse mostram a realidade (da privatização)”, diz, referindo-se a um incidente ocorrido em janeiro deste ano no qual um motorista de aplicativo acidentalmente invadiu a pista do terminal.

“O que acontece nos aeroportos já privatizados é que as empresas não conseguem administrar. Em Campinas (SP), houve tentativa de devolução. Quando privatiza, aumenta a carga de impostos para a empresa e o custo para as companhias. Isso tem reflexo para a população”, criticou.

Mais otimistas, porém, os defensores da privatização dos aeroportos sustentam que esse processo trará mais investimentos para todos os terminais.

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